A nave espacial vai criar uma nova cratera numa região, perto do Polo Norte do planeta, já crivada de outras crateras de impacto.Fotografia © NASA/ JHU/APL
A missão Messenger vai terminar esta noite quando a sonda colidir com o planeta a uma velocidade 12 vezes superior à do som e criar uma cratera perto do polo norte.
A sonda espacial Messenger vai despenhar-se esta quinta-feira no planeta Mercúrio, de acordo com os planos feitos pela NASA, a agência espacial norte-americana, para o fim da missão. A Messenger chegou a Mercúrio em 2011 e há muito que já ultrapassou o tempo previsto para a missão, que era de um ano.
Todo o combustível da Messenger, que representava metade do seu peso quando foi lançada da Terra, já está esgotado, pelo que a sonda tem estado a perder altitude com lentidão. A colisão vai acontecer a uma velocidade 12 vezes superior à do som.
A pequena nave de apenas 3 metros vai criar uma cratera muito maior na superfície do planeta, perto do seu polo norte. Isto acontece porque Mercúrio tem uma atmosfera pouco densa, o que explica que já esteja crivado de outras crateras de impacto que se devem a meteoritos. Prevê-se que a colisão tenha lugar um pouco antes das 21.00, hora de Lisboa.
A página da missão Messenger no Twitter tem sido atualizada com informação sobre a sonda. "Quero agradecer a todos os que trabalharam na minha missão e seguiram a minha história!", lê-se numa publicação feita na rede social.
"Bem, sobram-me 3 horas e 26 minutos", 'escreve' a sonda no Twitter.
A sonda espacial saiu da Terra em 2004 para estudar o planeta mais próximo do sol. Está na sua órbita desde 18 de março de 2011, após uma viagem que durou mais de seis anos e meio.Quando se despenhar, terá completado 4104 voltas ao planeta.
As observações do aparelho permitiram dar, por exemplo, apoio à hipótese de que Mercúrio tem água gelada em abundância nas suas crateras polares, que estão permanentemente à sombra. Segundo a equipa científica da missão, a água agora armazenada nos depósitos de gelo das crateras polares parece ter sido transportada para Mercúrio pelos cometas e asteroides que colidiram com a sua superfície.
Além das descobertas científicas, a missão testou com êxito novas tecnologias, que possibilitaram proteger os instrumentos e componentes eletrónicos da radiação solar direta, dada a proximidade do planeta com o Sol.
Uma outra sonda, a BepiColombo, será lançada, em janeiro de 2017, para estudar igualmente Mercúrio, mas numa missão euro-nipónica com tecnologia portuguesa, da empresa Active Space Technologies, que concebeu a mecânica e o isolamento térmico de um dos instrumentos.
fonte: Diário de Noticias
Sem comentários:
Enviar um comentário