A primeira viagem europeia rumo a Mercúrio não seria possível sem a tecnologia de Coimbra
BepiColombo é o nome da missão que está prestes a quebrar mais uma barreira: explorar o planeta mais pequeno e mais próximo do Sol. A primeira viagem europeia em direcção a Mercúrio arranca em Janeiro de 2017, mas nada disso seria possível se não houvesse um dedo português na aventura espacial. O talento foi fabricado em Coimbra e não é visível a olho nu.
A tecnologia portuguesa está dentro das sondas Planetary Orbiter (MPO) e Mercury Magnetospheric Orbiter (MMO), que vão enfrentar temperaturas superiores a 350oC para conseguir explorar os solos e a atmosfera e desvendar outros segredos de Mercúrio durante um ano terrestre - o que equivale a quatro anos de Mercúrio -, com a possibilidade de expandir a missão por mais um ano.
Foi a Active Space Technologies que desenhou a mecânica e o isolamento térmico de um dos instrumentos que serão transportados pelas sondas. A multinacional portuguesa especialista em tecnologia aeroespacial esteve envolvida na concepção da estrutura do espectrómetro (instrumento óptico que mede as propriedades da luz numa determinada faixa do espectro electromagnético) que permitirá analisar os níveis de sódio da atmosfera do planeta. "Alumínio e titânio foram alguns dos materiais usados para que o instrumento seja ao mesmo tempo leve e resistente para sobreviver ao período de lançamento e a ciclos térmicos muito abruptos", contou à Lusa o gestor de projectos da empresa, João Ricardo.
A sonda BepiColombo é um projecto das agências espaciais europeia ESA e japonesa JAXA e é composta por dois módulos, o Orbitador Planetário de Mercúrio, de desenho europeu, e o Orbitador Magnetosférico de Mercúrio, de concepção nipónica. O espectrómetro em cuja construção a Active Space Technologies, com sede em Coimbra, participa é um dos cinco instrumentos que compõem o Orbitador Magnetosférico de Mercúrio. Enquanto o Orbitador Planetário de Mercúrio, que estará mais próximo do planeta, vai examinar a sua superfície, o Orbitador Magnetosférico de Mercúrio, numa órbita mais excêntrica, vai estudar a sua magnetosfera.
O nome da missão - BepiColombo - foi escolhido para prestar homenagem ao cientista italiano Giuseppe (Bepi) Colombo (1920-1984), que desenvolveu estudos sobre o planeta Mercúrio. O custo desta viagem está estimado em 1200 milhões de euros e, se tudo correr como previsto, as sondas só vão chegar a Mercúrio em Janeiro de 2024. A agência espacial norte-americana NASA já tem uma sonda, a Messenger, na órbita de Mercúrio a estudar o planeta, o mais interno do sistema solar.
Com Lusa
fonte: i online
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