segunda-feira, 27 de abril de 2015

Conímbriga resiste há três mil anos. E está preparada para outros tantos


Fotografia aérea de Conimbriga





As ruínas romanas mais famosas do País estão na lista dos 10 melhores e mais desconhecidos sítios do mundo. O DN foi até lá para perceber como se têm conservado.

Se não lhe bastar o poder a imaginação, acredite no de uma moeda de 50 cêntimos: com ela, é possível "dar vida" ao ex-líbris monumental de uma cidade romana única no mundo. A moeda faz vibrar os jogos de água ajardinados no centro da Casa dos Repuxos, nas ruínas de Conímbriga. Os edifícios em volta desta sumptuosa casa aristocrática do século II d.C. completam uma viagem no tempo que seduz 100 mil visitantes por ano e, agora, entra nos roteiros arqueológicos da imprensa internacional.

As mais famosas ruínas romanas do País - situadas no concelho de Condeixa-a-Nova, a 15 quilómetros de Coimbra - nunca deixaram de estar na moda. Mas a inclusão na lista dos "10 melhores e mais desconhecidos sítios arqueológicos do mundo", publicada este mês no Guardian, pela fundadora da revista Timeless Travels (Fiona Richards), deu-lhes renovado protagonismo. "Não sabemos quando nos visitou, mas felizmente apanhou-nos na hora H, com tudo devidamente conservado. É preciso um trabalho permanente de limpeza e manutenção", afirma, sorridente, o diretor do Museu Monográfico de Conímbriga, Virgílio Hipólito Correia.

Mas, afinal, o que torna Conímbriga um destino indispensável? Há razões históricas e geográficas. "Tem o aspeto raro de ser uma cidade romana que foi abandonada na idade média. Por isso pode ser estudada, escavada e visitada, enquanto a maior parte das antigas cidades romanas estão hoje debaixo das nossas cidades. Depois, foi decisiva a proximidade de um centro universitário, como Coimbra, onde sempre houve grande quantidade de investigadores interessados no estudo arqueológico", descreve Virgílio Hipólito Correia. Da união dos fatores surgiu "um local praticamente único na Europa".


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