Tudo indica que há cinco mil anos os egípcios já tinham domesticado os gatos. No entanto, a primeira referência conhecida à interacção dos homens com os felinos remonta ao grego Heródoto. Cerca de 430 a. C., o ‘pai da História’ escreveu: “Se um incêndio se declara numa casa do Egipto, os moradores preocupam-se pouco com o fogo e muito com os gatos. Cercam-nos, velam por eles e se por desgraça algum lhes foge e se precipita no fogo, afligem-se enormemente. Quando um gato morre de morte natural, todas as pessoas da casa cortam as sobrancelhas. Colocam-se em urnas os gatos mortos, embalsamam-se e levam-se para a cidade de Bubastis” – Bubastis era um centro religioso de adoração a Bastet, deusa da guerra, com cabeça de gato. Os antigos egípcios veneravam de tal modo o animal que todo aquele que matasse um gato, mesmo que de modo acidental, era condenado à morte.
No século VII da nossa era os gatos ainda eram quase desconhecidos na Europa, pelo que se pensa que tenham vindo no século VIII. Mas durante toda a Idade Média, e mesmo mais tarde, foram considerados animais malignos e associados ao diabo e à bruxaria. Em Ypres (França), os gatos eram atirados do alto de uma torre numa cerimónia religiosa. Em Inglaterra, na coroação de Isabel I (1559), centenas de gatos foram aprisionados e queimados vivos.
Ao contrário do que é muitas vezes repetido, os gatos nada poderiam ter feito contra o grande surto de Peste Negra do século XIV: eram as pulgas que viviam nos ratos, e não os próprios ratos, que transportavam a doença. Se os ratos morriam, as pulgas procuravam outro hospedeiro. Na altura, eram os furões, sobretudo, que protegiam os cereais e as colheitas dos roedores.
Os gatos viajaram nos navios dos descobridores no século XV para proteger os mantimentos e manter os porões livres de ratos, desempenhando assim um papel fundamental na Expansão. Mas continuaram a ter conotações negativas por muito tempo: no século XVII ainda se acreditava que era o seu bafo que provocava asma nas crianças.
fonte: Sol
Sem comentários:
Enviar um comentário