terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dentes dos Neandertais mostram que cresciam mais rápido que humanos modernos


Ao longo da evolução o crescimento dos primatas foi atrasando

Os humanos modernos são os primatas que mais tempo demoram a chegar à maturidade. Isto é verdade se compararmos com os chimpanzés, gorilas, orangotangos e com os Neandertais. Uma equipa de cientistas comprovou este fenómeno através do estudo dos dentes de fósseis desta linha extinta.

“Os dentes são gravadores do tempo fora de série, capturam cada dia de crescimento como os anéis das árvores mostram o progresso dos anos”, disse em comunicado Tanya Smith, professora de evolução humana de Harvard, Estados Unidos, e primeira autora do artigo sobre este estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O estudo foi feito por uma equipa internacional.

Ao contrário do resto dos primatas, os bebés humanos deixam de ser amamentados rapidamente, mantêm-se como crianças durante muito tempo, têm a primeira reprodução tardiamente e uma esperança de vida longa.

Neste estudo, os investigadores analisaram os dentes de fósseis do paleolítico com cerca de 100 mil anos de Homo sapiens sapiens (o Homem moderno) e Homo sapiens neanderthalensis e compararam o crescimento. Embora os Neandertais tivessem um crescimento mais atrasado em relação a outros primatas, eram mais rápidos a maturar do que os humanos modernos da altura, que se aproximam muito do crescimento das pessoas de hoje.

A tecnologia não permitia esta análise fina, mas uma técnica de raio-x conseguiu, por exemplo, identificar a idade correcta da criança Neandertal mais famosa de sempre, descoberta na Bélgica no Inverno de 1829-1930. Devido à comparação com a anatomia humana, pensava-se que a criança tinha entre quatro e cinco anos. Com esta técnica concluiu-se que só tinha três anos de idade.

“Este novo método dá-nos a oportunidade de aceder à origem de uma condição fundamentalmente humana: a custosa mas ainda assim vantajosa mudança de uma estratégia primitiva do tipo “vive rapidamente e morre jovem” para uma estratégia do tipo “vive lentamente e envelhece” que ajudou a tornar os humanos modernos numa das espécies com mais sucesso do planeta”, disse a investigadora.

fonte: Público

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