Reia é uma lua gelada, sem água em estado líquido
Há oxigénio na atmosfera de Reia, uma das luas de Saturno, detectou a sonda Cassini da NASA, que está a estudar o sistema de Saturno. É a primeira vez que este gás, chave da vida na Terra, é detectado directamente na atmosfera de outro planeta.
A atmosfera - ou exosfera, como se chama por ser noutro planeta que não a Terra -, contém também dióxido de carbono. É muito ténue: à superfície o oxigénio é cinco biliões (milhões de milhões) de vezes menos denso do que no nosso planeta, diz um comunicado da NASA.
Mas desengane-se quem está já a sonhar com extraterrestres, pelo menos com plantas extraterrestres, que façam fotossíntese, respirando dióxido de carbono e libertando oxigénio. Estes gases devem ser libertados devido à acção de partículas de altas energias da magnetosfera de Saturno que bombardeiam a superfície gelada desta lua, onde há gelo de água, adianta o artigo publicado esta semana na revista “Science”, onde é descrita a descoberta.
Se há oxigénio, faltará outro componente essencial: água no estado líquido: “Todos os dados da Cassini indicam que Reia é demasiado fria e desprovida de água líquida, necessária para que exista vida tal como a conhecemos”, diz Ben Teolis, do Southwest Research Institute, o primeiro autor do trabalho, citado pela agência espacial norte-americana.
O que isto quer dizer é que podem ser relativamente comuns reacções químicas com oxigénio – um gás que não é assim tão banal – no nosso sistema solar, e se calhar no Universo. Mesmo que não haja vida – embora seja um sinal auspicioso para que se venha a desenvolver, num planeta ou lua que tenha condições para ter água em estado líquido, à superfície ou até mesmo no seu interior. “Esta química pode ser um pré-requisito para o surgimento da vida”, disse ainda Teolis, citado no comunicado da NASA.
fonte: Público
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