quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Antimatéria 'caçada' pela primeira vez no CERN


No CERN não se criam só minibig bangs, como há dias aconteceu. Os físicos do centro europeu de investigação nuclear, em Genebra, também conseguiram agora pela primeira vez "caçar" e armazenar átomos de antimatéria. Mais precisamente 38 átomos de anti-hidrogénio.

Um átomo de hidrogénio é constituído por um protão (partícula elementar do núcleo atómico) e por um electrão negativo, que gira em torno desse núcleo. Um anti-hidrogénio é o seu inverso: tem um protão negativo, ou antiprotão, e um electrão positivo, ou positrão.

Foi o físico inglês Paul Dirac, que em 1931 previu a existência de antimatéria, uma matéria espelho da que conhecemos. No entanto, ela é quase impossível de observar porque é anulada ao contacto com a matéria, produzindo uma enorme quantidade de energia. E por isso é um grande mistério.

Em 1995, os físicos do CERN conseguiram produzir os primeiros antiátomos de hidrogénio, mas como eles desapareceram no instante seguinte, não foi possível estudar as suas propriedades.

Agora, no decurso de uma experiência chamada Alpha, os 38 antiátomos foram apanhados e duraram um décimo de segundo nas mãos dos investigadores, o que "foi tempo suficiente para os estudar", segundo o CERN.

Para confinar os 38 anti-hidrogénios os físicos utilizaram um novo tipo de "prisão" magnética, depois de 335 tentativas para produzir aquela antimatéria.

"Por razões que ninguém compreende, a natureza eliminou a antimatéria, por isso é emocionante olhar para o Alpha e saber que contém átomos estáveis e neutros de antimatéria", disse Jeffrey Hangst, um dos físicos que participou na experiência.

fonte: DN

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