A distrofia macular de Stargardt afecta o centro da retina
O primeiro tratamento com células estaminais embrionárias para uma doença que pode levar à cegueira recebeu luz verde para ser ensaiado em 12 pessoas que sofrem da distrofia macular de Stargardt. O anúncio feito pela empresa norte-americana Advanced Cell Technology.
Esta doença, que causa perda progressiva da visão, declara-se normalmente entre os dez e os 20 anos. Afecta a mácula, uma zona no centro do retina onde os raios de luz se focam para formar as imagens. Nesta área há uma grande concentração de cones, células responsáveis pela visão central — que usamos quando olhamos em frente ou fazemos alguma tarefa que necessita de uma visão sensível ao pormenor, como ler, coser ou trabalhar ao computador.
Inicialmente, a degeneração da mácula vai tornar a visão distorcida, ou desfocada, mas quem já tem a doença de Stargardt há algum tempo começa a ver uma mancha à frente do seu campo de visão, que não se move, faça ela o que fizer. A visão pode deteriorar-se até um ponto em que as pessoas afectadas podem detectar movimentos mas pouco mais.
A doença de Stargardt tem origem genética e estima-se que seja hereditária em 90 por cento dos casos.
Nas próximas semanas, a empresa espera ter também autorização da Food and Drug Administration (a agência que regula o mercado dos medicamentos e dos alimentos nos Estados Unidos) para testar esta técnica no tratamento da degeneração macular relacionada com a idade, muito mais comum do que a doença de Stargardt: afecta 30 milhões de pessoas em todo o mundo.
O ensaio do tratamento desenvolvido pela empresa, pioneira na investigação sobre células estaminais embrionárias, envolve injectar nos olhos dos doentes entre 50 mil e 200 mil células da camada pigmentada da retina. “Usando células estaminais, podemos gerar uma quantidade virtualmente sem limites destas células saudáveis. Estas são as primeiras células que morrem na doença de Stargardt e noutras formas de degeneração macular”, explica Robert Lanza, o responsável científico máxico da empresa, citado num comunicado.
“Em testes feitos em ratos vimos uma melhoria de 100 por cento na performance visual, em comparação com animais que não foram tratados, e sem reacções adversas”, garante Lanza. “Esperamos poder demonstrar a segurança do tratamento, e ver que há melhoras na visão em apenas seis meses”, disse ainda, citado pela edição on-line da revista de divulgação científica New Scientist.
fonte: Público
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