'Teia cósmica' une grandes aglmoerados de galáxias pelo Universo
Astrónomos obtiveram um vislumbre de uma galáxia incomum, o que ajudou a descobrir novos detalhes a respeito de um "banco de areia" celestial que conecta duas grandes ilhas de galáxias. A pesquisa foi realizada com o Telescópio Espacial Spitzer.
Deformação nos jatos de material de galáxia revela resistência da teia cósmica
Esses "bancos", ou filamentos, cobrem vastas distâncias entre aglomerados de galáxias e formam uma espécie de treliça conhecida como a teia cósmica. Embora imensos, os filamentos são difíceis de ver e estudar em detalhe. Há dois anos, o Spitzer revelou que desses fios intergalácticos, contendo galáxias em processo de formação de estrelas, ligava os aglomerados Abell 1763 e Abell 1770.
Agora, essas observações foram reforçadas pela descoberta, no interior do mesmo filamento, de uma galáxia que tem um raro formato de bumerangue e que emite luz de modo incomum. Gás quente está a golpear a galáxia errante, forçando-a a assumir a forma actual à medida que cruza o filamento, o que oferece um novo modo de medir a densidade desse fio da teia cósmica.
Cientistas esperam que outras galáxias semelhantes, com forma recurvada, possam sinalizar a presença da teia.
Astrónomos avistaram a galáxia torta a cerca de 11 milhões de anos-luz do centro de Abell 1763. A galáxia-bumerangue apresentava uma proporção incomum entre suas emissões de ondas de rádio e infravermelho.
Isso deve-se, em parte, ao facto de a galáxia ter jatos de material sendo emitidos em direcções opostas por um buraco negro supermassivo em seu centro. Esses jatos expandem-se em gigantescos volumes de material emissor de ondas de rádio.
Cientistas notaram que as zonas de emissão parecem dobradas para trás em relação á trajetória da galáxia através do filamento. Esse desvio, raciocinaram os astrónomos, é causado pelas partículas do filamento, que empurram o gás e a poeira dos jatos.
Ao medir o ângulo de desvio dos jatos, os investigadores calcularam a pressão exercida pelo filamento e determinaram a densidade do meio. De acordo com os dados, a densidade no interior do filamento é cerca de 100 vezes superior à densidade média do Universo.
fonte: Estadão
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