domingo, 28 de novembro de 2010

Veículo futurista na Antárctida


Cem anos depois de o norueguês Amundsen ter atingido pela primeira vez o Pólo Sul, o fascínio e o desafio de cruzar o mais frio, ventoso e seco continente continua.

Dois laboratórios móveis com tracção às seis rodas e um veículo de gelo com desenho futurista que desliza sobre esquis são as maiores estrelas da tecnologia que equipará a mais longa expedição científica já feita à Antárctida.

A expedição vai viajar no espírito de aventura pura mas está empenhada em elevar a consciência ambiental e facilitar a obtenção de novos conhecimentos. Uma equipa de cientistas do Imperial College de Londres vai fornecer o ‘know-how’ de engenharia por trás de uma caminhada de 5800 quilómetros pelo continente mais inóspito da Terra.

A aventura vai durar aproximadamente 40 dias, um recorde de tempo na travessia da Antárctida usando veículos. E será a primeira vez que serão abastecidos com biocombustível – etanol –, poluindo menos aquele ambiente extremo. A partida foi na costa oeste da Antárctida, de Patriot Hills, devendo chegar ao Pólo Sul, à estação de pesquisa dos EUA McMurdo, dentro de, aproximadamente, duas semanas. Voltarão pelo mesmo caminho, chegando a Patriot Hills por volta do dia 15 de Dezembro.

Os cientistas pretendem recolher dados sobre meteoritos, que podem dar informações sobre a origem do nosso sistema solar; a neve superficial, que permite analisar poluentes transportados de todo o Mundo; a radiação solar, que dá informações sobre o sistema climático global; e a turbulência do vento, com vista a estudos aerodinâmicos para uso em veículos e aviões.

Outro dos grandes objectivos da expedição é testar a viabilidade e o impacto ambiental dos veículos de apoio científico, os SSV (Science Support Vehicles). Entre eles está o futurista Veículo do Gelo Bioinspirado Winston Wong (BIV). Levando apenas um tripulante, é uma espécie de batedor. Deverá encontrar as melhores rotas para os outros veículos, incluindo os dois gigantescos camiões com tracção às seis rodas, que funcionarão como laboratórios móveis, e utiliza um radar para detectar fendas perigosas no percurso.

Pesando cerca de 700 quilogramas, o BIV é impulsionado por uma hélice de três pás. Desliza sobre o gelo usando três esquis com suspensão independente e uma espécie de âncora para parar rapidamente. Pode atingir velocidades de mais de 130 km/hora.


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