terça-feira, 16 de novembro de 2010

O projecto Paperclip


Missíl V2

No seu livro "A ascensão do quarto Reich", Jim Marrs revela o envolvimento norte-americano na captação de cientistas nazis no final da Segunda Guerra Mundial, numa operação denominada projecto Paperclip.

Segundo Marrs, a 19 de Maio de 1945, apenas 12 dias depois da Alemanha se ter rendido incondicionalmente às forças aliadas, Herbert Wagner, criador do primeiro míssil guiado nazi utilizado em combate, foi o primeiro cientista nazi a chegar aos Estados Unidos da América no âmbito do projecto Paperclip, que visava a exploração dos conhecimentos científicos dos cientistas nazis. Em meados de Novembro chegariam aos EUA cerca de 700 cientistas e ténicos nazis, especialistas em foguetões, incluindo o conhecido Wernher von Braun, visto por muitos como o pai da National Aeronautics and Space Administracion (NASA). Em 1955, segundo Marrs, perto de mil cientistas nazis já tinham recebido a cidadania norte-americana e assumido cargos proeminentes na comunidade cientícia dos EUA. Muitos deles eram membros de longa data do partido nazi (NSDAP) e cometeram crimes de guerra.

Entre os cientistas mais famosos que rumaram aos Estados Unidos da América encontravam-se Werner Heisenberg, físico laureado com um prémio Nobel e que fundou a mecânica quântica, o perito em enriquecimento de urânio Erich Bagge, o vencedor do prémio Nobel de 1944, Otto Hahn, conhecido como o "pai da física nuclear" e Paul Harteck, um físico que liderou vários projectos de armamento militar, entre outros.

Conforme explica Jim Marrs no seu livro, a repórter Linda Hunt, da CNN, foi a primeira a revelar, em 1991, o envolvimento do Governo Federal dos EUA no recrutamento de cientistas nazis. De acordo com a jornalista, apesar dos encobrimentos e das autoridades norte-americanas, após a descoberta do caso, terem afirmado que o projecto Paperclip tinha sido encerrado em 1947, o projecto foi a "maior e mais duradoira operação relacionada com nazis na história da América", tendo-se mantido "operacional e sem interrupções" até 1973.

Durante décadas, afirmou Linda Hunt, "os mais obscuros segredos do Paperclip ficaram a salvo, por encobrimentos, mentiras e enganos". Alguns desses "encobrimentos" foram a eliminação de provas incriminatórias relacionadas com o passado nazi dos cientistas e a "lavagem" de informações dos seus dossiers pessoais relacionadas com crimes praticados durante a guerra e que nunca chegaram a ser investigados. Assim, ao abrigo do "interesse nacional", cientistas alemães foram colocados nas maiores universidades norte-americanas, em lugares de investigação e ensino, independentemente dos seus passados nazis.

Num livro com afirmações surpreendentes e que agora ganham outra dimensão com as revelações do New york Times, Jim Marrs consegue apresentar provas de que esses mesmos cientistas foram os responsáveis pela obtenção da bomba atómica pelos norte-americanos, que acabou por ser lançada em Hiroshima e catapultou os EUA para a liderança mundial e pelo programa espacial que despoletou a corrida ao espaço durante a Guerra Fria. Marrs revela ainda que a tecnologia militar alemã era tão avançada para a época que os militares norte-americanos ficaram chocados quando ocuparam instalações de investigação alemãs e descobriram os planos nazis para inverter o curso da guerra.

Ao longo do seu livro, o investigador revela, com provas baseadas em estudos de vários investigadores, que todos esses planos tecnológicos e os técnicos nazis que os desenvolveram durante a Segunda Guerra Mundial foram efectivamente levados para os Estados Unidos da América, em grande secretismo, e contribuíram decisivamente para o desenvolvimento científico e militar norte-americano dos dias de hoje.

Projecto Paperclip: A caça aos cientistas nazis









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