Fotografia © Drs | Via Wikimedia Commons
O estudo que o demonstra é o primeiro a provar a existência de uma mão dominante numa espécie além da humana.
Os cangurus selvagens têm tendência para preferir a mão equerda à direita quando realizam tarefas, seja para se alimentarem, limparem ou apoiarem. O estudo que o demonstra é o primeiro a provar a existência de uma mão dominante numa espécie além da humana.
Esta lateralidade manual foi demonstrada em duas espécies diferentes de canguru, assim como numa espécie de wallaby, um animal mais pequeno mas parecido com o canguru. No geral, indivíduos das três espécies mostram preferência pela mão esquerda.
O estudo vai ser publicado na revista Current Biology, e é o resultado de uma observação continuada de cangurus no seu habitat natural.
Estas observações parecem apontar para a postura como um fator importante no desenvolvimento de uma mão dominante nas espécies, porque as espécies de marsupial que andam em quatro patas não tinham a mesma lateralidade manual marcada que foi encontrada nos cangurus e no wallaby, que andam apenas em duas patas.
Embora existam algumas indicações de que outros animais têm mãos dominantes, é a primeira vez que um estudo comprova que uma espécie além da humana tem uma tendência marcada, através da maioria dos indivíduos, para favorecer um lado sobre o outro.
A investigadora Janeane Ingram disse à BBC que, embora alguns membros da comunidade científica acreditem que o facto de os cangurus serem esquerdinos "não é um assunto sério", qualquer investigação que comprove uma lateralidade manual "noutra espécie bípede contribui para o estudo da simetria cerebral e da evolução dos mamíferos".
Uma particularidade do estudo é poder ser considerado um exemplo da evolução paralela de um traço. Ou seja, os cangurus e wallabys, que são marsupiais, desenvolveram uma característica que também existe nos humanos, que são primatas, sem que esta se registe noutras espécies que pertencem aos mesmos ramos da "árvore evolucionárioa".
A equipa que realizou o estudo é russa, da Universidade de S. Petersburgo, e os investigadores viajaram depois para a Austrália para realizar observações em campo. Lá, contactaram com a investigadora Janeane Ingram, da Universidade da Tasmânia.
fonte: Diário de Noticias
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