sábado, 10 de setembro de 2016

Vamos passar a fazer sexo com robôs


E vamos andar felizes da vida e não querer outra coisa, segundo o prognóstico de vários cientistas. Muitos deles estão presentes numa conferência que decorre em Manchester, sobre relações íntimas entre humanos e a tecnologia

Sem sogra, sem inoportunas dores de cabeça, sem derbysfutebolísticos que não se podem perder, sem saídas com os amigos, vêm aí os sexbots, a palavra que aglutina sex e robot, e que muitos entendidos asseguram que será o fruto mais do que desejado.

Ano 2050 é uma data marcada. Não para a perspetiva de haver sexo entre humanos e robôs - isso até deve chegar antes -, mas para que haja casamentos entre ambos. Mais do que um prognóstico, é a convicção de Joel Snell, um especialista norte-americano em robôs, do Kirkwood College no estado de Iowa.

Como tantos outros, participa na conferência Human Choice & Computers, que decorre na cidade inglesa de Manchester. Em declarações ao jornal Daily Star, parece só ver vantagens nossexbots. 

Porque serão programáveis, os sexbots vão poder satisfazer as necessidades individuais de cada um“, sustenta o cientista, a quem não faltam argumentos em defesa dos prováveis substitutos das bonecas e bonecos insufláveis e demais brinquedos sexuais.

O sexo robótico pode tornar-se viciante. Os sexbots estarão sempre disponíveis e nunca podem dizer não. Por isso, o vício pode ser facilmente satisfeito", sublinha.

Já Ian Yeoman e Michelle Mars, num artigo publicado na publicação académica ScienceDirect, exploram as possibilidades comerciais e até fiscais dos sexbots.

Em 2050, a zona red light de Amesterdão estará repleta de prostitutas andróides, livres de doenças sexualmente transmissíveis. A câmara da cidade terá controlo direto sobre os trabalhadores do sexo, controlando preços, horas de operação e tipo de serviços sexuais", referem no artigo publicado.

Sexo e problemas

A sedução por parte de robôs tem sido matéria fértil para o cinema de ficção especulativa. Depois de Blade Runner, a obra prima de Ridley Scott, em 1982, no ano passado, o filme Ex Machina, de Alex Garland, veio explorar o assunto. Aí, a cyborg Ava, interpretada pela atriz sueca Alicia Vikander, consegue fascinar e dar a volta ao miolo a um programador informático.

A dependência face a um parceiro ou parceira sexbot pode, só por isso, tornar-se um problema para qualquer mortal. Pondo em risco a continuidade da espécie humana e fazendo crescer a solidão das pessoas.

Um dos primeiros impactos de algo como os robôs sexuais será o aumento do isolamento humano. Porque sempre que se diz a uma pessoa que não precisa mais dos outros, uma das consequências disso é mais isolamento", realçou Kathleen Richardson, uma investigadora da área de ética na robótica da De Montfort University, em declarações à Sky News. 

A investigadora lidera uma campanha contra os robôs sexuais e defende que "não se podem fabricar relações humanas íntimas". Tal como Charles Ess, professor na Universidade de Oslo.

A longo prazo, o que pretendemos é ser genuinamente amados e desejados por aquilo que somos. Os robôs podem fingir isso, mas nós saberemos que tal é falso, porque os comprámos ou alugámos", disse, citado peloeconomicpolicyjournal.com.

Mas entre os que debatem o assunto, na conferência, em Manchester, há quem critique os sexbots por razões bem mais prosaicas. Uma das questões abordadas foi também o possível aumento do desemprego no futuro. No caso, da classe laboral que presta serviços sexuais e que representa uns largos milhões de pessoas no mundo.

fonte: TVI24

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