Habitantes de Kalachi adormeciam horas e dias a fio sem razão. Mistério da "epidemia de sono" intrigou médicos e cientistas durante meses.
Resolveu-se finalmente o mistério de Kalachi e de Krasnogorsk, duas pequenas localidades no norte do Cazaquistão onde os habitantes adormeciam horas e até dias a fio, deslizando para estados comatosos para os quais médicos e cientistas não encontravam explicação.
Os primeiros casos surgiram em 2013 e o mistério permaneceu durante dois anos, durante os quais um quarto da população foi afetada e se queixava de episódios de sintomas como dores de cabeça, tonturas, náuseas e até alucinações, além da "epidemia de sono" - e todos sem explicação aparente.
Depois de mais 20 mil análises e testes laboratoriais - à qualidade do ar, solos, água, produtos agrícolas, animais e aos próprios residentes - os cientistas concluíram que o problema se deve à proximidade de uma mina de urânio abandonada que leva a concentrações anormais de monóxido de carbono e hidrocarbonetos no ar.
A mina, explorada no tempo da União Soviética e entretanto abandonada, foi sempre vista como a provável causa do problema, mas inicialmente pensou-se que a origem seria a radiação.
Segundo o vice-primeiro-ministro do Cazaquistão, Berdibek Saparbaev, os investigadores cazaques e colegas de Praga e da Moscovo confirmaram que a culpa da "epidemia de sono" é das altas concentrações de monóxido de carbono - que em algumas casas chegaram a ser 10 vezes mais altas do que os valores recomendados.
As duas pequenas localidades, a pequena aldeia de Kalachi e a cidade de Krasnogorsk, um antigo centro urbano soviético agora quase abandonado, vão ser evacuadas, revelou Saparbaev numa conferência de imprensa na semana passada, embora se preveja alguma resistência por parte dos habitantes. Outros, por outro lado, já aderiram ao programa de realojamento: 68 das 223 famílias que vivem em Kalachi e Krasnogorsk já se mudaram.
fonte: Diário de Noticias
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