Uma imagem do tesouro partilhada nas redes sociais pela empresa que detém os direitos de exploração dos naviosFotografia © Facebook / 1715 Fleet - Queen's Jewels LLC
Tesouro estava no navio-almirante, um dos 11 de duas frotas espanholas que naufragaram em 1715 devido a um furacão.
A descoberta foi mantida em segredo durante mais de um mês, para que o anúncio coincidisse com uma data especial: os 300 anos do naufrágio dos 11 navios das frotas espanholas Tierra Firme e Nueva España, que transportavam ouro, prata e outros metais preciosos dos territórios colonizados no Novo Mundo para a Europa.
Nos dias 30 e 31 de julho de 1715, as embarcações navegavam ao largo da Florida, rumo a Espanha, quando foram apanhadas por um furacão que as destruiu e depositou no fundo do mar. Aí permanecem desde essa altura, escondendo tesouros que os mergulhadores acreditavam existir, mas até então não tinham sido capazes de localizar.
Foram os investigadores de uma equipa familiar natural da Florida, liderada por Eric Schmitt, que encontraram as moedas perdidas ao longo dos séculos. "Por norma, escavamos buracos vazios e encontramos latas de cerveja", disse Schmitt à National Geographic. Mas no dia 17 do mês passado, foi tudo diferente. O dia começou como qualquer outro, até que pelas nove da manhã uma moeda de ouro saltou da areia e ficou a brilhar no fundo do mar. A equipa começou a remexer o solo no local, junto do navio-almirante que comandava a frota, e conseguiu recuperar 52 moedas de ouro, cerca de 12 metros de uma corrente também em ouro, 110 moedas de prata e alguns botões. O tesouro, avaliado em mais de um milhão de dólares, cerca de 900 mil euros, estava a 4,5 metros de profundidade e a 300 metros da costa de uma praia em Fort Pierce, na Florida, EUA.
A família de Schmitt tem estado a trabalhar nos navios naufragados em 1715 desde 2010, tendo estabelecido um contrato com a 1715 Fleet - Queens Jewels LLC, a empresa norte-americana que detém os direitos exclusivos de exploração das embarcações. Brent Brisben, um dos fundadores da companhia, admite ter ficado "a tremer" quando foi informado da descoberta. Até porque se trata de uma das mais raras feitas até hoje, quer em termos de volume e raridade. Entre as moedas encontradas está uma particularmente importante, o chamado "real". No século XVIII, as moedas não eram todas cuidadosamente cunhadas e polidas - era o seu peso e a qualidade do ouro que as tornavam valiosas, não o aspeto. Porém, algumas eram fabricadas com outro nível de exigência, porque serviam para ser apresentadas ao rei. Um destes reais está entre o tesouro agora descoberto. Só ele, vale cerca de 500 mil dólares - 450 mil euros.
O real tricentenário que vale quase meio milhão de euros Fotografia © Facebook /1 715 Fleet - Queen's Jewels LLC
O tesouro encontrado está sob a jurisdição de um tribunal do sul da Florida, ao cuidado da empresa de Brisben. O estado norte-americano tem direito a uma percentagem de 20% do valor de todas as descobertas que forem feitas pelos mergulhadores, sendo que as restantes verbas poderão ser agora divididas entre a empresa que detém os direitos de exploração dos navios e a família Schmitt, que continua a passar o local a pente fino, para se certificar de que não existem outros tesouros escondidos.
fonte: Diário de Noticias
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