terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um embrião com 190 milhões de anos



Esqueleto de um embrião da família dos Massospondylus

A descoberta dos ovos foi feita há mais de 30 anos, na África do Sul, mas só agora a ciência moderna permitiu identificar aqueles que são os embriões de dinossauros mais antigos até agora descobertos. Tem 190 milhões de anos (início do Jurássico), pertencem ao género Massospondylus, antecessores dos saurópodes como o mais popular brontossauro, e estavam perdidos no meio da colecção do Royal Ontario Museum, no Canadá.

Os embriões de 20 centímetros estão em perfeito estado de conservação, permitindo a reconstrução completa do esqueleto do dinossauro, assim como uma interpretação da sua anatomia. O grau de ossificação - a conversão em osso das partes cartilaginosas - revela que estavam próximo da incubação e que os juvenis eram muito diferentes dos adultos da espécie.

Os recém-nascidos eram quadrúpedes, com membros relativamente compridos e cabeças grandes e desproporcionadas. Os adultos, que podiam atingir os cinco metros, tinham cabeças pequenas e longos pescoços, sendo bípedes (os membros posteriores eram muito maiores que os anteriores).

Além disso, os embriões não tinham dentes, o que junto com essa desproporção, leva os paleontólogos a pensar que os recém-nascidos necessitavam de cuidados parentais. Se tal for verdade, significa que este fóssil é também o mais antigo registo de cuidado parental. "Este projecto abre uma janela emocionante sobre a história e a evolução dos dinossauros", disse Robert Reisz, da Universidade de Toronto.


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