sábado, 27 de agosto de 2011

Terra pode ter ‘espalhado’ partículas de vida pelo sistema solar


Devido aos impactos de asteróides, a Terra pode ter expelido partículas de vida para o Espaço

Estudo da Universidade Nacional Autónoma do México propõe nova teoria

Através da realização de novas simulações, um grupo de cientistas da Universidade Nacional Autónoma do México avança com a teoria de que, ao contrário da teoria da panspermia, poderá terá sido a Terra a expelir para o espaço partículas de vida. Devido aos impactos de asteróides, partes da crosta terrestre contendo organismos biológicos poderiam ter sido lançados para o espaço. Conforme a sua velocidade podem ter chegado a outros planetas. 

A equipa realizou sofisticadas simulações para analisar a dinâmica das partículas expelidas. Chegaram à conclusão que estas podiam chegar a Vénus, Marte, e até Júpiter.

Dirigido por Mauricio Reyes Ruiz e publicado na «arXiv.org», o estudo analisou as probabilidades de colisão das partículas terrestres com planetas próximos, triplicando o número de material em relação a estudos anteriores. Analisaram 10 242 partículas a uma velocidade de ejecção mínima de 11,2 quilómetros por segundo (velocidade necessária para saírem da órbita do nosso planeta).

Na simulação, fizeram as partículas percorrer o espaço durante 30 mil anos, tempo máximo de sobrevivência do material biológico neste contexto. Os cálculos demonstraram que é necessária uma velocidade de ejecção de 11,62 quilómetros por segundo para chegar a Marte e de 14,28 quilómetros por segundo para alcançar a órbita de Júpiter. As partículas com velocidades de 11,2 quilómetros por segundo têm mais probabilidades de voltar a cair na Terra enquanto as que têm uma velocidade de 16,4 quilómetros por segundo podem sair do sistema solar.

Os resultados obtidos têm, dizem os investigadores, muita importância para os estudos de astrobiologia, pois podem contribuir para procurar evidências de vida em ambientes capazes de a sustentar, como Marte ou luas de Júpiter, Europa e Ganimedes.


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