E se, por algum acaso da história evolutiva, os dinossauros não tivessem sido extintos?
Num instante geológico, o evento de extinção KT de cerca de 65 milhões de anos atrás deixou os céus da Terra sem pterossauros, extirpou os mosassauros e as suas presas ammonite dos mares e, claro, desnudou a terra de dinossauros não aviários. Mas e se, por algum acaso da história evolutiva, nunca essa catástrofe acontecesse? Como se pareceria a vida no planeta hoje?
Pensamentos sobre os dinossauros nos tempos modernos são materiais muito utilizados em romances de ficção científica e filmes de ilhas inexploradas e planaltos de selva repleta de vestígios de vida pré-histórica, mas o geólogo escocês Dougal Dixon apresentou suas próprias respostas para essas perguntas em A New Dinosaurs: An Alternative Evolution. As criaturas especulativas em suas páginas possuem nomes extravagantes como "Lank", "Zwim", "Madeira" e "Tubb", adaptações imaginativas do Cretáceo com formas de vida modificadas para sobreviver num mundo moderno desprovido de seres humanos. Afinal, se a diversidade de dinossauros não tivesse rapidamente perdido seu espaço devido à extinção, os mamíferos poderiam nunca ter conseguido alcançar a dominância ecológica que têm hoje, e nossa própria evolução poderia ter sido prejudicada.
Embora se tratasse de especulações quando foi publicado, em 1998, The New Dinosaurs foi muito influenciado pelo estado da ciência da época [não faz sentido: na época dos dinossauros não havia ciência]. Ao final dos anos 1980 a mudança cultural na paleontologia, comemorada como a "Dinosaur Renaissance" [melhor: celebrada como o “renascimento dos dinossauros”], estava em pleno andamento. Imagens de lentos, estúpidos e monótonos dinossauros foram rapidamente substituídas por visões de animais activos, ágeis e com cores vivas, que eram muito mais parecidos com as aves do que se imaginava. Cresceram até mesmo as evidências de que as aves eram descendentes directas dos dinossauros, e Dixon partiu dessas tendências paleontológicas para criar uma colecção de dinossauros coloridos, com comportamentos complexos, diferentes de qualquer outro visto antes.
Surpreendentemente, em alguns aspectos Dixon estava no caminho certo. Nas duas décadas desde que o livro foi publicado, investigadores descobriram fósseis com evidências de dinossauros que em seus aspectos biológicos e comportamentais são incrivelmente próximos do que Dixon imaginou. Dinossauros não precisaram de 65 milhões de anos extras para adquirir algumas das formas do corpo estranho, das adaptações e comportamentos que Dixon imaginou.
fonte: Scientific American Brasil
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