domingo, 21 de agosto de 2011

Bento XVI adverte contra 'abusos' da ciência 'sem limites'


Bento XVI advertiu hoje em San Lorenzo del Escorial (Espanha) sobre o que considerou serem os «abusos» de uma ciência «sem limites», afirmando que quando se elimina toda a referência a Deus se pode chegar ao totalitarismo político.

Por isso, disse perante 1.200 jovens universitários com quem se reuniu na basílica do Mosteiro de El Escorial, a universidade é a garantia que evita essa visão reducionista e afastada do ser humano.

Na sua intervenção, Bento XVI criticou a visão "utilitária da educação", considerando que "quando apenas a utilidade e o pragmatismo imediatos dominam como critérios principais, as perdas podem ser dramáticas".

Desde "os abusos da ciência sem limites, além de si própria, até ao totalitarismo político que se aviva facilmente quando se elimina toda a referência superior ao mero cálculo do poder", afirmou.

O pontífice, teólogo e professor universitário durante 25 anos, disse que "são necessários autênticos mestres", considerando que o ensino não é apenas uma comunicação de conteúdos, mas sim a partilha da verdade.

Destacando o papel dos professores pela sua colaboração na difusão da verdade, "em circunstâncias nem sempre fáceis", o pontífice considerou que se pode chegar a Deus pela razão e que os jovens precisam cada vez mais de pontos de referência que sirvam como âncora.

As universidades, disse, encarna "um ideal que não deve desvirtuar-se nem por ideologias fechadas ao diálogo racional, nem por servilismos de uma lógica utilitarista de simples mercado, que vê o homem como mero consumidor".

"Reside aqui a vossa importante e vital missão. São vocês que tendes a honra e a responsabilidade de transmitir este ideal universitário", como "continuadores" da história de formadores dos seus antecessores.

Recordando os seus primeiros passos como professor em Bona, quando ainda "se sentiam as feridas da guerra" e as fortes "carências materiais", Bento XVI disse que os jovens procuram hoje sinais "numa sociedade em quebra e instável".

O papa, que realizou uma curta viagem no papamovel nesta localidade dos arredores de Madrid, foi recebido por milhares de pessoas, entre eles muitos dos jovens peregrinos que participam na Jornada Mundial da Juventude.

fonte: Sol

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