O ex-astronauta Neil Armstrong, primeiro ser humano a pisar na Lua, quer a volta das viagens ao satélite natural da Terra como forma de preparação para uma missão a Marte. Armstrong, que deve falar ao Congresso americano nas próximas semanas sobre o futuro do programa espacial da Nasa após a reforma de suas naves espaciais, já criticou o presidente Barack Obama por ser “mal aconselhado” na questão. Segundo ele, “é bem sabido que o programa espacial americano enfrenta um certo caos actualmente”.
- Há opiniões múltiplas sobre quais devem ser os objectivos mais importantes e imediatos – disse em evento em Sydney, Austrália, na última quarta-feira, informou o site “Discovery News”.
Agora com 81 anos, Armstrong afirmou que a Nasa está no meio de uma “guerra de palavras” entre os poderes Executivo e Legislativo americanos, o que a deixou sem uma opção activa para substituir as naves espaciais em voos tripulados.
- Acredito que com o devidos tempo, reflexão e debate eventualmente chegarem ao objectivo certo. Só espero que façamos isso rapidamente – avaliou. - Eu sou a favor de irmos para Marte, mas acredito que isso muito difícil e muito caro com a tecnologia disponível actualmente. Por isso, também sou a favor de voltarmos à Lua. Fizemos seis viagens para lá e exploramos áreas tão pequenas quanto um quarteirão e talvez tão grandes quanto uma pequena cidade, o que nos deixa com 14 milhões de milhas quadradas (cerca de 36,2 milhões de quilómetros quadrados) que ainda não exploramos.
Segundo Armstrong, trabalhar na Lua permitirá aos cientistas praticarem “muitas das coisas que precisaremos quando formos mais longe no Sistema Solar” ao mesmo tempo em que mantêm um contacto relativamente próximo com o controle da missão. Ele considera as comunicações como um dos grandes problemas numa eventual viagem a Marte, com uma mensagem demorando cerca de 20 minutos para vir e chegar da Terra, contra atraso de apenas 1,5 segundo no caso da Lua.
- Antes que você tenha uma resposta para sua pergunta quase uma hora terá se passado, então é difícil que o controle da missão se envolva de forma significativa na ajuda numa situação – lembrou. - Será um desafio muito difícil pata as primeiras missões a Marte resolver esses problemas de atraso (nas comunicações). Acredito que vamos resolver esses problemas a tempo e criaremos uma maneira de fazer isso de forma segura, mas não podemos fazer isso agora.
O tempo da viagem a Marte também é outra grande preocupação, com as viagens mais rápidas só sendo possíveis quando o planeta estiver em sua maior aproximação da Terra.
- Mas a melhor hora de ir para Marte é quando ele estiver do lado oposto do Sol, o mais longe que ele pode ficar, porque isso gasta menos combustível. Mas também vai demorar cerca de sete meses para chegar lá, o que significa que você deverá carregar muitos sanduíches. Além disso, ao chegar lá a Terra já terá se movido e não estará mais na posição apropriada para a viagem de volta, então você terá que esperar um par de anos até que a Terra entre na posição certa.
Ainda assim, Armstrong afirmou que Marte é um “desafio valioso”, tendo por outro lado custos, demandas de tempo e riscos não enfrentados no programa lunar, principalmente os relacionados à radiação.
fonte: Extra
Sem comentários:
Enviar um comentário