terça-feira, 5 de outubro de 2010

Fósseis de vírus revelam infecção de milhões de anos


Rasto genético do vírus está oculto no genoma dos pássaros modernos

Descoberta de traços genéticos da hepatite B melhora o conhecimento sobre a evolução viral

Vírus são organismos que podem adaptar-se rapidamente para ultrapassar as barreiras à infecção. Pesquisas recentes têm encontrado vestígios antigos de alguns vírus no genoma de determinados animais.

Um novo estudo descreve a evidência de um hepadnavírus (grupo de vírus que inclui hepatite B, que infecta os seres humanos, bem como outros mamíferos e algumas aves) oculto no genoma dos pássaros modernos. Os investigadores responsáveis pelo novo trabalho dizem que a estimativa pode ser de pelo menos 19 milhões de anos.

Esses fósseis, chamados virais, não são relíquias mineralizadas, mas sim pedaços de códigos genéticos lidos ao longo do genoma de um organismo hospedeiro. Um estudo realizado em Julho descreve dezenas de exemplos de códigos virais no genoma dos vertebrados, muitos dos quais provavelmente existiram há cerca de 40 milhões de anos.

"Esses vírus são ‘fósseis’ de ADN e podemos colocar todos juntos novamente e ressuscitar espécies extintas", dizem os investigadores. "Sabemos que isso soa muito assustador, como ficção científica", acrescentam, "mas isso realmente pode responder as perguntas em termos da biologia do vírus".

Os investigadores podem quebrar a cabeça com os ossos fossilizados e discutir indefinidamente sobre se um hominídeo caminhava erecto ou não. Mas com o material genético de um vírus extinto na frente deles, eles podem recriá-lo em laboratório. O processo (feito num cenário altamente protegido) poderá, eventualmente, revelar como essas “máquinas” foram capazes de sobreviver e prosperar com essas inserções.
 
 

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