quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Descoberto misterioso ponto quente em planeta fora do Sistema Solar

Planeta comporta-se como uma praia que fosse mais quente ao crepúsculo que ao meio-dia

O gigante gasoso upsilon Andromedae b mantém uma face perpetuamente voltada para sua estrela, upsilon Andromedae, a 44 anos-luz da Terra. A despeito disso, no entanto, o ponto mais quente de sua atmosfera não está directamente sob a face da estrela, mas a 80º de latitude de lá, de acordo com observações realizadas pelo Telescópio Espacial Spitzer.


Ponto mais quente do planeta fica a 80 graus da área iluminada pela estrela

"Não esperávamos encontrar um ponto quente tão longe", disse, por meio de nota, Ian Crossfield, principal autor de um artigo sobre a descoberta, que será publicado pelo Astrophysical Journal. "Está claro que entendemos ainda menos a respeito da energética da atmosfera de Jupíteres quentes do que pensávamos".

No estudo, os astrónomos descrevem observações de upsilon Andromedae b feitas ao longo de cinco dias, em Fevereiro de 2009. O planeta completa uma órbita a cada 4,6 dias.

O telescópio mediu a luz combinada de estrela e planeta, durante a órbita. O Spitzer não é capaz de ver o planeta directamente, mas pode detectar variações no total de luz infravermelha do sistema, que aumenta quando o lado quente do planeta entra na linha de visão da Terra. A parte mais quente é a que emite mais infravermelho.

Seria de se esperar que o sistema parecesse mais brilhante quando o planeta está atrás da estrela, e toda a energia do astro chega à Terra sem ser bloqueada , e menos brilhante quando o planeta se põe no caminho. Mas o sistema mostrou-se mais brilhante quando o planeta aparecia na lateral da estrela. Isso significa que a parte mais quente do planeta não está virada directamente para a estrela.

Os investigadores comparam o efeito a uma praia que seja mais quente ao pôr-do-sol que ao meio-dia.

Algumas explicações possíveis seriam ventos supersónicos causando ondas de choque que aquecem o material, ou interações magnéticas entre estrela e planeta, mas mais planetas terão de ser examinados antes que as especulações possam ter alguma precisão.

fonte: Estadão

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