terça-feira, 19 de outubro de 2010

Americanos criam robô que é recepcionista bilíngue

Hala fala inglês e árabe e comporta-se de acordo com aspectos culturais


A secretária bilíngue robô é obra de investigadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e da Universidade Carnegie Mellon, no Catar

A recepcionista Hala tem a face e os cabelos azuis, assim como a cor de seus olhos. Seu rosto expressivo pode ser visto pela tela de um computador. Ela gosta de conversar e assim faz em duas línguas: árabe e inglês. Tanta simpatia pode fazer esquecer que ela é um robô.

A recepcionista bilíngue é obra de investigadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e da Universidade Carnegie Mellon, sediada no Catar, que trabalham na criação da robô, que tem capacidade de se expressar naturalmente nas duas línguas, levando em conta aspectos culturais dos dois países.

A experiência com Hala ainda está sendo aperfeiçoada por cientistas das áreas de linguística computacional e tecnologias da linguagem humana de ambas as universidades. Mais do que falar as duas línguas, os investigadores estudam meios de melhorar a comunicação de Hala de acordo com aspectos comportamentais e culturais dos norte-americanos e árabes, explica o professor adjunto de Linguística e Ciência da Computação, da Universidade do Arizona, Sandiway Fong.

- Eles precisam que Hala seja mais flexível ao lidar com o idioma de entrada das pessoas que for recepcionar. Vamos fornecer tanto os recursos específicos do idioma, inter-relacionados à linguagem cultural para que este robô não possa ser apenas bilíngue, mas bicultural.

Hala foi criada para ter uma “personalidade”, cuja característica será ajustar as respostas com base em aspectos da fala dos visitantes, para que consiga construir modelos de pessoas durante a interação. Perfis do tipo “norte-americano”, “alta condição social” e “apressado”, por exemplo, levam em conta a linguagem adotada pela robô. Você pode falar árabe, mas pode optar por conversar com o robô em inglês, explica o professor.

- Você pode estar conversando com a sensibilidade e o fundo cultural e as expressões do mundo árabe. Este robô precisa entender isso.

Para se chegar a esse resultado, o professor conta com a ajuda de uma estudante de linguística do Iémen, que fala árabe, e está a criar um banco de dados de questões para treinar Hala.

Fong tem ainda planos para contratar outro aluno e oferecer estágios para estudantes no programa de mestrado em Tecnologia da Linguagem Humana, que ele dirige.

As possíveis aplicações deste trabalho para outros sistemas de interação humano-computador também é um dos objectivos da pesquisa. Fong acredita que a tecnologia poderia ser aplicável aos quiosques de informação multicultural, guias turísticos e centros de atendimento automatizados.

- Prevemos um futuro em que robôs ajudarão a preencher o espaço entre as pessoas de diferentes culturas, agindo como intermediários, que lhes permitam comunicar-se de forma mais natural e eficaz.

fonte: R7

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