sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Professor quer vender cadáveres na Net


O professor alemão de anatomia Gunther von Hagens está a ser de novo alvo de críticas da Igreja Católica, por ter anunciado a venda na internet de cadáveres "plastinados", uma técnica de conservação que inventou.

Gunther Von Hagens anunciou a intenção em documento enviado a dadores de corpos, clientes, fornecedores e amigos interessados, revelando que vai colocar à venda as suas controversas "plastinações" na Internet, a partir de 2 ou 3 de Novembro.

Segundo uma lista de preços entretanto publicada em alguns jornais alemães, um cadáver "plastinado" deverá custar 69.615 euros, um tronco 56.644 euros, e uma cabeça 22.015 euros, por exemplo.

Gunther Von Hagens tornou-se mundialmente famoso graças à sua exposição de corpos humanos e de animais plastinados em cenas da vida real, como a jogar às cartas, por exemplo, ou a montar a cavalo, a que deu o nome de "Koerperwelten" (Mundo dos Corpos).

A exposição, apresentada pela primeira vez em Mannheim (Alemanha), em 1997, percorreu, entretanto, vários países, e até já foi cenário de um filme de James Bond.

A nova iniciativa do professor de anatomia de vender cadáveres de seres humanos através da Internet indignou vários bispos católicos, que já exigiram a intervenção dos responsávesis políticos para a proibir.

"Não se pode deixar quebrar este tabu", dizem hoje, em comunicado conjunto, os bispos de Baden-Wuerttemberg, Ulrich Fischer, e o presidente da Conferência Episcopal Alemã e Arcebispo de Freiburgo, Robert Zollitsch.

"A Alemanha não se pode transformar gradualmente numa plataforma de venda de cadáveres de seres humanos", advertem.

Mais adiante, acusam ainda Gunther von Hagens de não agir em nome da ciência, e de "profanar cadáveres só para dar espectáculo, sob o manto de ensinar medicina".

Enquanto os seus críticos o consideram uma espécie de Frankenstein, e a imprensa o alcunhou de "Dr. Tod" (Doutor Morte), Gunther van Hagens, 65 anos, afirma agir em nome do esclarecimento e só querer divulgar conhecimentos científicos.

O controverso professor começou a sua carreira como assistente no Instituto de Medicina Legal da Universidade de Heidelberg, cidade do sul da Alemanha onde abriu mais tarde o seu Insituto de "Plastinação".


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