terça-feira, 19 de outubro de 2010

Astrónomos criam lente para fotografar planetas "escondidos"


Coronógrafo desvia a luz da estrela de forma que planetas próximos (como Beta Pictoris b) possam ser registados

Astrónomos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, criaram uma técnica para poder registar imagens de planetas fora do Sistema Solar e que ficavam "escondidos" no brilho de sua estrela.

Até hoje, poucas são as imagens de exoplanetas, já que, geralmente, eles são descobertos por outros métodos - como, por exemplo, a variação de brilho de uma estrela causada pela passagem de um planeta em frente a ela. Contudo, os astrónomos afirmam ter criado uma lente (chamada de coronógrafo) com um padrão desenhado em sua superfície e que bloqueia a luz estelar de uma maneira muito específica, permitindo o registo do planeta.

"Basicamente, nós estamos cancelando o halo de luz estelar que em outros momentos 'afogaria' a imagem do planeta", diz Johanan Codona, astrónomo da universidade e autor da teoria que levou à criação da técnica. O padrão criado pelos investigadores permite a diminuição da intensidade do halo através da difração da luz e mantém intacta a imagem da estrela.

"Esta técnica abre novas portas para a descoberta planetária", diz o investigador Phil Hinz em comunicado. "Até agora, nós conseguíamos apenas obter imagens de planetas exteriores num sistema solar, no alcance da órbita de Neptuno e depois. Agora podemos ver planetas em órbitas muito mais próximas de sua estrela".

Em outras palavras, antes do desenvolvimento da lente, os astrónomos conseguiam registar imagens apenas de planetas que estivessem a uma distância de sua estrela equivalente à de Neptuno ao Sol (30 unidades astronómicas, ou 30 vezes a distância da Terra ao Sol), ou ainda mais longe. As demais ficavam "escondidas" no brilho da estrela.

O primeiro feito da nova lente foi o registo de Beta Pictoris b, que tem massa entre sete e 10 vezes maior que a de Júpiter e que orbita Beta Pictoris a uma distância de 7 unidades astronómicas.

Os astrónomos afirmam que a nova técnica possibilita ainda a descoberta de planetas de pequena massa, já que a grande maioria dos encontrados até hoje eram de gigantes gasosos.

A lente agora estão em implementação no Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), que fica no Chile e é operado Observatório Europeu do Sul (ESO, também na sigla em inglês).

fonte: terra

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