É um novo recorde para os astrónomos. A galáxia UDFy-38135539 já existia quando o universo tinha pouco menos de 600 milhões de anos.
Um grupo internacional de astrónomos descobriu a galáxia mais longínqua (e, portanto, mais antiga) até hoje observada a partir da Terra. A UDFy-38135539, como foi designada pelos seus descobridores, é hoje apresentada ao mundo nas páginas da revista Nature.
A galáxia em causa, que os investigadores calculam que contenha mil milhões de estrelas, formou-se quando o universo tinha pouco menos de 600 milhões de anos. Ou seja, na sua primeira infância, já que a idade estimada do universo, desde o Big Bang, é de 13,7 mil milhões de anos. Nunca se tinha observado um objecto tão longínquo ou antigo como este.
A equipa, coordenada pelo astrofísico Mathew Lehnert, do Observatório de Paris, utilizou os Very Large Telescopes (VLT) do European Southern Observatory (ESO) instalados no deserto de Atacama, no Chile, para analisar a luz da galáxia que tinha sido detectada pelo Hubble e assim determinar a sua idade exacta. Os investigadores fizeram isso utilizando o espectrógrafo Sinfoni, do VLT, que tem uma precisão sem precedentes, segundo os investigadores.
Com o universo a expandir-se, as galáxias vão-se afastando umas das outras e as ondas de luz que elas emitem tornam-se mais longas. É este desvio para o vermelho, como lhe chamam os astrónomos, que serve de escala para medir a distância da viagem percorrida por essa luz: quanto maior é o desvio para o vermelho, mais longínquo está o objecto.
No caso da UDFy-38135539, os astrónomos observaram-na ao longo de 16 horas e constataram que o característico registo espectrográfico do hidrogénio, que é utilizado nestas medições, chegava com um desvio recorde de 8,6. O recorde anteriormente registado era de 8,2.
A conclusão era óbvia. "É o objecto mais longínquo do universo até hoje observado", afirma Mathew Lehnert, sublinhando que ele esta a ser observado "quando o Universo tinha menos de 600 milhões de anos".
Esta é uma das cinco galáxias muito antigas detectadas pelo Hubble que a equipa está estudar com o Sinfoni dos te-lescópios VLT, para determinar a sua idade com muita precisão. O estudo desta primeira foi um tiro certeiro no alvo, uma vez que estabelece um novo recorde.
Este recuo no tempo e no espaço pretende esclarecer como apareceram as primeiras galáxias no universo. As primeiras estrelas acenderam-se no espaço cerca de 400 milhões de anos depois do Big Bang.
fonte: DN
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