Os ataques à segurança informática estão mais elaborados. Uns grupos atacam com intuitos sociais e políticos, outros com fins mais lucrativos (e criminosos). A dúvida é se podem ser paradostecnologia.
Durante vários dias de Setembro, um grupo de anónimos atacou vários sites Web de entidades protectoras dos direitos de autor. Os ataques foram uma retaliação após se saber que algumas delas usaram uma empresa indiana para desencadear ataques de DDoS contra sites de partilha ilegal de filmes.
Os DDoS são ataques distribuídos de negação de serviço - táctica conhecida de "bombardear" um determinado site com elevados pedidos de acessos que, por falta de capacidade de largura de banda e do servidor onde está albergado esse site, acabam por o "deitar abaixo" e ficar inacessível.
Nas últimas semanas, esta táctica foi usada na "Operation Payback". Dinamizada pelos utilizadores do fórum 4chan, visou, inicialmente, os sites da Motion Picture Association of America e da Recording Industry Association of America, respectivamente as organizações de protecção dos direitos de filmes e de música nos Estados Unidos.
Os protestos descentralizados, provenientes de todo o mundo, visaram ainda a AiPlex Software que, recentemente, declarou estar a trabalhar para os estúdios de Bollywood e também para um de Hollywood. O trabalho da empresa indiana passa por alertar sites com conteúdos ilegais - como cópias de filmes não autorizadas - para os removerem. Se o pedido não é acatado, ela recorre a ataques DDoS.
Os elementos do 4chan usaram uma táctica semelhante para ripostar contra apoiantes do direito de autor. A partir da execução do programa Low Orbit Ion Cannons (LOIC), de fácil uso mas enorme potencial nos ataques DDoS, lançaram a "Operation Payback", que rapidamente se propagou a outros sites.
Colocaram também posters electrónicos em certos sites para anunciarem os alvos, em várias línguas para obterem maior eficácia mundial.
Um dos ataques, à ACS:Law, revelou a transmissão não cifrada de dados de milhares de pessoas e já desencadeou uma investigação das autoridades britânicas. A empresa de advogados britânica registou indivíduos que partilhavam ilegalmente filmes pornográficos, para os forçar a pagar pelos danos. O 4chan revelou os nomes e dados bancários de milhares dessas pessoas, bem como e-mails trocados com a ACS: Law para resolverem a acusação.
Como explicava o site TorrentFreak, as manifestações de antes obrigavam à deslocação física dos participantes. Hoje, no entanto, qualquer um pode viajar para estar "presente" num qualquer local e fazer barulho apenas com o clique do rato do computador. Com algum conhecimento, pode estar presente de forma anónima numa cibermanifestação.
"Num mundo onde a nossa voz é ignorada, sentimos não ter outra opção que não regressar à acção directa", afirmou o anónimo do 4chan, quando questionado sobre se sabia da ilegalidade dos ataques.
fonte: DN
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