segunda-feira, 6 de maio de 2013

«Porta do Inferno» descoberta por arqueólogos na Turquia



Hades, senhor do submundo



Várias aves morreram quando tentavam chegar perto da abertura do braço, mortas instantaneamente pelas emanações de dióxido de carbono


Reconstituição da "Porta do Inferno"



Arqueólogos desenterraram os restos de uma antiga caverna mitológica, descrita ameaçadoramente como sendo a «Porta do inferno». 

O lendário portão para o submundo, descoberto na Turquia, é referido na mitologia como a «Porta de Plutão».

A caverna foi celebrada na antiga mitologia greco-romana e nas tradições como a porta de entrada para o «submundo».

A equipa de arqueólogos descobriu o portão na antiga cidade frígia de Hierápolis, referido como a porta de entrada para o inferno por Cícero e pelo geógrafo grego Estrabão.

Como o filósofo grego explicou nos seus escritos, a entrada da caverna «vomita» vapores nocivos que matam qualquer coisa no seu caminho.

«Qualquer animal que ali entra encontra a morte instantânea», escreveu. «Eu lancei para lá pardais e eles imediatamente caíram». «Este espaço está tão cheio de vapor nebuloso e denso que dificilmente se pode ver o chão», acrescentou.

Francesco D´Andria, professor de arqueologia na Universidade de Salento clássico, que levou a equipa a descobrir a caverna, explicou que o grupo fez a importante descoberta ao reconstruir o percurso de uma fonte termal.

Após a escavação do local, os arqueólogos também encontraram meias-colunas iónicas com inscrições dedicadas às divindades do submundo de Plutão e Kore.

Sacerdotes, que estariam alucinados sob a ação do fumo, terão sacrificado touros a Plutão, levando os animais para dentro da caverna tóxica, para depois arrastá-los para fora mortos, explicou o arqueólogo.

«Pudemos ver as propriedades letais da caverna durante a escavação», disse D´Andria. «Várias aves morreram quando tentavam chegar perto da abertura do braço, mortas instantaneamente pelas emanações de dióxido de carbono», disse.

Acredita-se que a caverna existiu até ser destruída pelos cristãos, no século VI, ajudados por terremotos.

«Esta é uma descoberta excepcional, pois confirma e esclarece as informação que temos das fontes literárias antigas e históricas», disse Alister Filippini, um investigador da história romana.


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