Cobaias 
da indústria farmacêutica, os símios são testados com uma substância que os faz 
saltar para um novo estádio evolutivo. "Planeta dos Macacos: A Origem" 
estreia hoje nos cinemas. 
No início de "Planeta dos Macacos: A Origem" vemos um grupo de 
chimpanzés no meio da floresta. "Planeta dos Macacos", a obra de Pierre Boulle 
de onde partiu o argumento para o filme, decorre num mundo dominado por símios e 
o espetador é levado por isso a interrogar-se em que época e em que estádio 
evolutivo estaremos. 
Logo de seguida, contudo, um dos chimpanzés é capturado e 
percebemos que, afinal, se trata do mundo atual, em que os primatas continuam a 
ser aprisionados e alvo de maus tratos. 
A ação salta para a cidade de São Francisco, onde uma empresa 
farmacêutica utiliza os símios para testar uma substância que, eventualmente, 
irá curar o Alzheimer. 
James Franco (Will Rodman) é o investigador por detrás do 
projeto, com uma motivação muito pessoal, conseguir travar a doença afeta o seu 
pai (Charles Rodman). 
Uma experiência que corre muito mal
Só que num momento crucial da apresentação dos resultados das 
experimentações aos investidores, algo corre muito mal e o diretor da 
empresa manda eliminar todos os chimpanzés-cobaias. 
Uma das chimpanzés havia, contudo, dado à luz uma cria, que James 
Franco leva consigo, acabando por a criar em casa. 
Algum tempo depois, Franco dá-se conta que os efeitos da 
substância testada na mãe chimpanzé não só passaram para a sua cria, como 
suscitaram nela o salto para um novo estádio evolutivo. 
Os chimpanzés humanizados
Entusiasmado pelos efeitos da substância, que entretanto 
experimentara com sucesso no seu pai, Franco consegue que a empresa farmacêutica 
volte a apostar na investigação, desenrolando um processo que em breve irá 
escapar ao seu controle, quando a expectativa de lucros fabulosos faz com que a 
empresa avance com a produção do fármaco ainda não devidamente testado. 
O filme desenrola-se em torno da ganância e crueldade dos 
humanos, em contraponto com a imagem dos símios que surgem como suas vítimas 
indefesas e que parecem estar prestes a revoltar-se. 
Grande parte do impacto do filme resulta dos efeitos especiais 
(levados a cabo pela mesma equipa de "Avatar" e "O Senhor dos Anéis") que 
permitiram as imagens dos chimpanzés humanizados, que surgem primeiro na relação 
próxima do chimpazé para com Franco e para com a sua companheira veterinária (a 
bela Frida Pinto de "Quem Quer Ser Bilionário?"), depois quando o chimpanzé é 
aprisionado e começa a interagir com os da sua espécie. 
Se tanto em "Planeta dos Macacos: O Homem que Veio do Futuro", de 
1968, como em "O Planeta dos Macacos", de 2001, a ação decorria no mundo 
dominado por símios do livro de Boulle, neste novo filme o realizador Rupert 
Wyatt mostra-os como vítimas do homo sapiens dos tempos atuais, num jogo de 
forças demasiado desigual. Permanecendo, contudo, até à última a incógnita sobre 
qual será o resultado do confronto (e convém o espetador não abandonar o cinema 
mal comece o genérico final, pois parte do desenlace da história só será 
revelado nessa altura).
fonte: Expresso
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