sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"Planeta dos Macacos: A Origem": a revolta dos símios


Cobaias da indústria farmacêutica, os símios são testados com uma substância que os faz saltar para um novo estádio evolutivo. "Planeta dos Macacos: A Origem" estreia hoje nos cinemas

No início de "Planeta dos Macacos: A Origem" vemos um grupo de chimpanzés no meio da floresta. "Planeta dos Macacos", a obra de Pierre Boulle de onde partiu o argumento para o filme, decorre num mundo dominado por símios e o espetador é levado por isso a interrogar-se em que época e em que estádio evolutivo estaremos.

Logo de seguida, contudo, um dos chimpanzés é capturado e percebemos que, afinal, se trata do mundo atual, em que os primatas continuam a ser aprisionados e alvo de maus tratos.

A ação salta para a cidade de São Francisco, onde uma empresa farmacêutica utiliza os símios para testar uma substância que, eventualmente, irá curar o Alzheimer.

James Franco (Will Rodman) é o investigador por detrás do projeto, com uma motivação muito pessoal, conseguir travar a doença afeta o seu pai (Charles Rodman).

Uma experiência que corre muito mal

Só que num momento crucial da apresentação dos resultados das experimentações aos investidores, algo corre muito mal e o diretor da empresa manda eliminar todos os chimpanzés-cobaias.
Uma das chimpanzés havia, contudo, dado à luz uma cria, que James Franco leva consigo, acabando por a criar em casa.
Algum tempo depois, Franco dá-se conta que os efeitos da substância testada na mãe chimpanzé não só passaram para a sua cria, como suscitaram nela o salto para um novo estádio evolutivo.

Os chimpanzés humanizados

Entusiasmado pelos efeitos da substância, que entretanto experimentara com sucesso no seu pai, Franco consegue que a empresa farmacêutica volte a apostar na investigação, desenrolando um processo que em breve irá escapar ao seu controle, quando a expectativa de lucros fabulosos faz com que a empresa avance com a produção do fármaco ainda não devidamente testado.

O filme desenrola-se em torno da ganância e crueldade dos humanos, em contraponto com a imagem dos símios que surgem como suas vítimas indefesas e que parecem estar prestes a revoltar-se.

Grande parte do impacto do filme resulta dos efeitos especiais (levados a cabo pela mesma equipa de "Avatar" e "O Senhor dos Anéis") que permitiram as imagens dos chimpanzés humanizados, que surgem primeiro na relação próxima do chimpazé para com Franco e para com a sua companheira veterinária (a bela Frida Pinto de "Quem Quer Ser Bilionário?"), depois quando o chimpanzé é aprisionado e começa a interagir com os da sua espécie.

Se tanto em "Planeta dos Macacos: O Homem que Veio do Futuro", de 1968, como em "O Planeta dos Macacos", de 2001, a ação decorria no mundo dominado por símios do livro de Boulle, neste novo filme o realizador Rupert Wyatt mostra-os como vítimas do homo sapiens dos tempos atuais, num jogo de forças demasiado desigual. Permanecendo, contudo, até à última a incógnita sobre qual será o resultado do confronto (e convém o espetador não abandonar o cinema mal comece o genérico final, pois parte do desenlace da história só será revelado nessa altura).

fonte: Expresso

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