quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cortiça portuguesa quer continuar a voar para o Espaço


A cortiça portuguesa está ligada ao programa espacial norte-americano desde a missão Apolo XI à Lua, e, com o fim do programa dos vaivéns espaciais da NASA, luta agora por novos projectos, segundo a Corticeira Amorim.

"As possibilidades são de termos mais cortiça no espaço, não menos", acredita Carlos de Jesus, da Amorim, maior empresa mundial do setor, cuja cortiça granulada é usada para isolamento térmico e vibratório de "shuttles" como o Atlantis, que irá realizar a última missão dos vaivéns espaciais, com lançamento marcado para sexta-feira.

No horizonte da empresa está o fornecimento para as novas naves e sondas que a NASA está a desenvolver, para alcançar destinos mais longínquos como Marte e com um "maior grau de exigência", mas também para os consórcios privados a quem a agência espacial norte-americana irá subcontratar o transporte de astronautas e material para a órbita inferior da Terra.

"O desafio agora é provar que conseguimos desenvolver aplicações e soluções para um programa que é também agora interplanetário. Acreditamos que terá resultado positivo, são décadas de cortiça no espaço, o que é uma mais-valia bastante importante, mas o resultado final está longe de ser 100 por cento garantido para nós e para todos os fornecedores", adiantou o responsável da Amorim.

Enquanto o fornecimento à NASA está "a meio caminho" da revalidação, adiantou Carlos de Jesus, prosseguem contactos exploratórios com consórcios privados como a Space X e trabalho para a Agência Espacial Europeia.


A cortiça, de que Portugal é o maior produtor mundial, apresenta um nível de resistência raro na natureza à propagação de chamas, devido à sua composição celular.

Embora o produto final usado na frota de vaivéns seja um composto, "essencialmente é cortiça", aplicada a "componentes críticos para segurança da nave espacial", explica o responsável da Amorim.

Estes componentes são aplicados no cone e noutras partes dos foguetes de propulsão acoplados à nave no lançamento, e que dela se separam quando é atingida a impulsão suficiente para sair da atmosfera terrestre.

Além dos "shuttles" e do Apolo XI, o material já foi usado nos programas Titan, Delta IV e também no Ariane europeu.

Em termos de volume de vendas para a Amorim, o fornecimento para a indústria aeroespacial sempre foi marginal.

fonte: DN

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