sábado, 16 de julho de 2011

Neptuno. Faz um ano de vida desde que o conhecemos


Neptuno

Como assim um ano?

Cada órbita do planeta em torno do Sol demora 164,79 anos terrestres (ou seja 60 148 dias). Hoje passa, portanto, um ano neptuniano desde que foi observado pela primeira vez, a 24 de Setembro de 1846. Os autores dos cálculos sobre a sua localização, a partir da órbita de Úrano, é que já não estão cá para ver. Sopre uma vela por Urbain Le Verrier, que fez as contas, e por Johann Galle, que o viu pela primeira vez. Há ainda outro cientista na história, John Couch Adams, que anunciou ter chegado aos mesmos resultados e também quis algum mérito pela descoberta.

Porque é que a descoberta de Neptuno foi diferente?

Foi a primeira vez que os cientistas sabiam para onde tinham de olhar para o céu para descobrir um planeta. As observações de Úrano – visto pela primeira vez em 1690 por John Flamsteed e classificado em 1780 – levaram os cientistas oitocentistas a deduzir que a órbita do sétimo planeta a contar do Sol teria de estar a ser perturbada por um vizinho desconhecido. Ontem, na BBC, o astrónomo Alan Chapman resumia assim o feito: “Foi um trabalho matemático tão incrível que faz com que procurar uma agulha num palheiro pareça uma tarefa de dez minutos para uma criança.”

O que é preciso saber?

É o terceiro maior em massa, somando 17 vezes a da Terra. Está a 4,4 mil milhões de quilómetros do planeta azul – o nosso, porque a atmosfera de Neptuno também é azulada à conta de grandes quantidades de metano. O diâmetro é apenas quatro vezes maior do que o da Terra e a superfície não é sólida. Por tudo isto lá se vai a hipótese de vida (pelo menos como a conhecemos.) Tem 13 luas, sendo a maior Tritão. Desde que Plutão perdeu o trono de nono planeta do sistema solar passou a ser o mais distante.

Quem tirou a melhor fotografia?

Os créditos são da Voyager 2. No Verão de 1989 a nave da NASA passou a 4950 quilómetros do planeta, por cima do pólo norte. Descobriu cinco luas e quatro anéis, assim como uma grande mancha escura, que já não era visível quando o telescópio espacial Hubble olhou pela primeira vez para lá em 1995. A Voyager 2 foi a única nave a visitar os dois gigantes gasosos e desde então restam as observações do telescópio espacial, que fotografa o espaço a uma órbita a 589 quilómetros de altitude. Em 2003 mostrou que a Primavera parecia estar a começar no hemisfério Sul. Certamente boa notícia: é que o Inverno durou 40 anos.

fonte: Jornal i

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