quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cerca de 20 golfinhos foram vistos no Estuário do Tejo


Cerca de 20 golfinhos foram vistos no estuário do Tejo no sábado, um fenómeno cada vez mais comum e motivado pelos novos cardumes que surgem no rio com a sua despoluição, considerou hoje à agência Lusa uma bióloga.

A Câmara de Lisboa anunciou na segunda-feira à noite que um grupo de cerca de 20 golfinhos, com várias crias, foi avistado no rio Tejo, junto a Lisboa. Os golfinhos foram vistos entre Algés e Paço de Arcos por um grupo de amigos que velejava no Tejo em direcção a Cascais. "De início ficámos incrédulos e como tínhamos dúvidas se seriam realmente golfinhos decidimos aproximar-nos deles. Quando nos aproximamos os golfinhos saudaram-nos com saltos e piruetas e acompanharam-nos durante algumas milhas", contaram à agência Lusa dois dos tripulantes, Fernando Silva e Gonçalo Ferreira.

Contactada pela agência Lusa, a bióloga que coordena um plano de acompanhamento de roazes-corniveiros no estuário do Sado, liderado pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), Marina Sequeira, disse que este fenómeno "já não é assim tão raro como isso". "Os golfinhos comuns já entraram várias vezes no estuário do Tejo nos últimos anos: foram vistos na marina de Cascais e na praia de Carcavelos. Estes golfinhos são oportunistas e andam sempre à procura de alimento. Podem ter visto um cardume de peixe maior que os seduziu a entrar no estuário", explicou Marina Sequeira. A bióloga do ICNB disse ainda que um dos motivos de atracção dos golfinhos ao Tejo "pode estar na melhoria da qualidade da água" do rio, já que "a melhor qualidade da água pode trazer o estabelecimento de peixe de qualidade que alimenta os golfinhos comuns".

Ainda assim, essa melhoria da qualidade da água e de maior número de alimento não vai fixar populações de golfinhos comuns no estuário, salientou a bióloga. "O golfinho comum é uma espécie que está sempre em movimento, que se desloca ao longo da costa à procura de alimento. A fixação de residentes não acontece na sua espécie", explicou Marina Sequeira. Para a Câmara de Lisboa, este grupo de 20 golfinhos no Tejo é "uma prova de que o rio está no bom caminho", depois de, em Janeiro deste ano, os esgotos da frente ribeirinha da cidade, que corriam directamente para o Estuário, começassem a ser desviados para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara.

fonte: DN

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