domingo, 24 de julho de 2011

Forma “moderna” de caminhar tem quatro milhões de anos


Pegadas de Laetoli, na Tanzânia

Pegadas de Laetoli serviram de base para novo estudo

Uma nova investigação indica que os nossos ancestrais começaram a andar da mesma forma que o homem anda hoje em dia dois milhões de anos antes do que se pensava.

As pegadas pré-históricos de Laetoli, na Tanzânia, serviram de base para os investigadores demonstrarem que os hominídeos que povoavam a região há 3,7 milhões de anos, os Australopithecus afarensis, caminhavam de forma mais semelhante às pessoas da actualidade do que aos primatas bípedes, como os chimpanzés ou os gorilas.

O estudo, que recorreu a simulações de computador para se prever a forma das pegadas do Australopithecus afarensis, foi publicado pelo “Journal of Royal Society”.

Estas pegadas são as marcas atribuídas aos ancestrais humanos mais antigas que se conhecem e estão conservadas em argila, graças às cinzas vulcânicas. No entanto, o desgaste que sofreram com a passagem do tempo deformou-as, o que desencadeou vários debates na comunidade científica sobre a forma de caminhar dos seus autores.

Embora os hominídeos tenham começado a andar sobre duas pernas há seis milhões de anos, alguns investigadores defendem que a marcha humana, com o corpo erguido e impulsionada pela parte da frente dos pés, começou com o Homo erectus, há 1,9 milhões de anos.

"Anteriormente pensava-se que o Australopithecus andava encurvado e que se impulsionava com a parte do meio do pé, como os grandes símios da actualidade”, referiu Robin Crompton, um dos autores deste estudo. "No entanto", prosseguiu, "as pegadas de Laetoli implicam uma forma de caminhar erecta e com a parte da frente do pé, muito parecida com a dos humanos de hoje."


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