Novo campo fica no limite norte da proposta de extensão da plataforma
A três mil metros de profundidade no Atlântico, e cerca de 420 milhas a norte da ilha Graciosa, uma equipa de cientistas irlandeses e britânicos descobriu um campo de fontes hidrotermais com grandes chaminés – a maior ultrapassa os dez metros de altura.
O novo campo de fontes hidrotermais – emanação de água quente vinda do interior da Terra carregada de metais e minerais – situa-se na Dorsal Médio-Atlântica, uma cordilheira no meio do Atlântico que é fronteira de placas tectónicas. Os metais e minerais precipitam-se e originam as chaminés, que acabam rodeadas de vida invulgar.
Nesta dorsal já se descobriram vários campos, como o Lucky Strike e o Menez Gwen, ambos dentro da zona económica exclusiva (ZEE) portuguesa e que têm despertado interesse científico e económico.
A equipa que divulgou nesta sexta-feira o novo campo apenas disse, em comunicado, que fica a norte dos Açores. Ao PÚBLICO, John Joyce, assessor de imprensa do Instituto Marinho da Irlanda, que financia a investigação do mar, referiu uma localização mais aproximada: “O campo hidrotermal é a oés-sudoeste da Irlanda, perto da Dorsal Médio-Atlântica, aproximadamente a 46 graus Norte.”
Portanto, o campo está a cerca de 420 milhas da Graciosa. É no limite norte da proposta portuguesa de alargamento da plataforma continental para lá das 200 milhas da ZEE, apresentada à ONU em 2009 e na qual se defende que a soberania sobre o fundo do mar seja alargada em 2,15 milhões de quilómetros quadrados. Só em 2015 o processo estará concluído.
A bordo do navio Celtic Explorer, a equipa usou um veículo operado à distância, o Holland 1, para encontrar o campo. Já foi baptizado: “Chamamos-lhe Moytirra, o nome de uma batalha na mitologia irlandesa, que significa ‘planície de pilares’. À maior chaminé, com mais de dez metros, demos o nome de um gigante mítico, Balor”, disse Patrick Collins, da Universidade Nacional da Irlanda, no comunicado. “Em comparação com outros campos, Moytirra tem chaminés monstruosas e, invulgarmente, está no sopé de uma escarpa – uma beleza.”
fonte: Público
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