sábado, 16 de julho de 2011

Humanos podem ter sexto sentido


Proteínas sensíveis ao campo magnético, com estrutura similar à que aparece nesta ilustração, são encontradas na retina humana

Um estudo aponta que a habilidade de sentir campos magnéticos, característica das aves migratórias, pode estar presente, em menor grau, também nos humanos.

Prever o futuro ou falar com os mortos ainda são habilidades que estão longe de ser comprovadas pela ciência. Mas um estudo recente mostra que possuímos elementos que poderiam permitir o desenvolvimento de um sexto sentido, a habilidade de perceber campos magnéticos.

Uma nova pesquisa da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, mostra que uma proteína da retina humana pode funcionar como sensor magnético. Se pensou em X-Men, Magneto e a habilidade de dobrar metais com a mente, esqueça. A descoberta, longe de lembrar elementos da ficção, está relacionada a seres vivos bastante reais.

É sabido que pássaros migratórios e tartarugas, por exemplo, possuem a habilidade de sentir o campo magnético da Terra para se guiar em suas grandes viagens. A mosca Drosophila também possui sensor similar. Estudos anteriores já haviam mostrado que uma proteína do tipo conhecido como criptocromo, presentes nessa espécie, funciona como sensor magnético quando em contacto com a luz.

O que o grupo de investigadores americanos liderados por Steven Reppert descobriu, foi que uma proteína da retina humana pode produzir a mesma capacidade de sentir o campo magnético quando implantada nas moscas. O trabalho, publicada nesta semana na revista Nature Communications, reabre a possibilidade de exploração dessa capacidade sensorial nos humanos.

Moscas transgénicas

A proteína criptocromo (identificada, em inglês, pela sigla CRY) tem, em muitos animais, papel importante na capacidade de sentir o campo magnético da Terra. Para testar se a versão humana dessa proteína, a criptocromo 2 (hCRY2) possui habilidade magnética similar, a equipa criou uma mosca transgénica sem sua proteína natural, mas que expressava a hCRY2 no lugar dela.

O resultado provou que, sem sua proteína original e somente com a proteína humana, as Drosophilas também conseguiam sentir e reagir à presença de um campo magnético. Para os investigadores, o achado demonstra que a hCRY2 possui a capacidade molecular de funcionar como sensor magnético.

A descoberta prova que possuímos pelo menos um elemento necessário para esse sexto sentido. Mais pesquisas devem ser feitas para descobrir até onde ele poderá — se é que poderá — ser explorado em nós.

fonte: Exame.com

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