sexta-feira, 22 de julho de 2011

Hess exumado para impedir peregrinações neonazis


A campa de Rudolf Hess, lugar-tenente de Adolf Hitler, em Wunsiedel (Baviera), que foi local de peregrinação de neonazis nos últimos anos, foi levantada e os restos mortais serão incinerados, noticia hoje o jornal Süddeuschezeitung.

O cortejo fúnebre anual de neonazis ao túmulo de Hess, por ocasião do aniversário da sua morte, era sempre motivo de preocupação para as forças de segurança, para a autarquia e para os habitantes de Wunsiedel, mas agora deixou de existir, revela o matutino de Munique.

A campa foi levantada na quarta-feira, e os restos mortais de Hess vão ser incinerados, e as cinzas lançadas ao mar, com autorização dos herdeiros.

O ponto de encontro anual de neonazis em Wunsiedel, que atraía também centenas de contra-manifestantes anti-fascistas, em protesto contra o desfile da extrema-direita alemã e europeia, deixou assim de existir.

Hess, que foi condenado a prisão perpétua nos julgamentos de altos mandatários nazis, em Nuremberga, e se suicidou em 1987 na prisão de Berlim-Spandau, onde era entretanto o último recluso, é considerado um mártir pelos neonazis.

No seu testamento, exprimiu o desejo de ser sepultado em Wunsiedel, onde os seus pais tinham uma casa de férias e onde também tinham sido sepultados.

A paróquia evangélica local concordou com o pedido póstumo de Hess, mas desde que passou a haver manifestações neonazis para ver a sua campa requereu a dissolução da mesma e depois de terminado o prazo de arrendamento não prolongou o contrato.

Uma neta de Hess chegou a recorrer judicialmente da decisão, mas a família acabou por aceitar que a campa fosse extinta, comunicou a câmara municipal de Wunsiedel.

Nos últimos anos, os desfiles neonazis junto à campa de Hess tinham sido sistematicamente proibidos pelas autoridades, mas a extrema-direita impôs a respetiva autorização nos tribunais, invocando o direito à liberdade de manifestação, constitucionalmente protegido.

Os tribunais alemães impunham como condição, no entanto, que não houvesse quaisquer referências a Hess.

fonte: DN

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