Uma equipa de cientistas descobriu que a maioria dos buracos negros que estão no centro das galáxias desde os últimos 11 mil milhões de anos "não se tornaram activos devido a fusões de galáxias, como se pensava até agora.
Esta conclusão consta de um estudo realizado por cientistas internacionais publicado hoje na revista da especialidade Astrophysical Journal e que tinha por objetivo descobrir a origem "do material que activa o buraco negro adormecido que origina violentas explosões no centro da galáxia, tornando-se num núcleo ativo de galáxia".
Até agora, os astrónomos achavam que a maioria destes núcleos activos se "acendiam" quando se dava uma fusão de duas galáxias ou quando duas galáxias passavam muito perto uma da outra e o material 'perturbado' se tornava o combustível do buraco negro central".
O novo estudo, que combina dados do Very Large Telescope do ESO (Observatório Europeu do Sul) e do observatório espacial de raios X XMM-Newton da ESA (Agência Espacial Europeia), indica que a "ideia pode estar errada no caso de muitas galáxias ativas".
A equipa de cientistas descobriu que "os núcleos activos são encontrados maioritariamente em galáxias com massa muito elevada, que contém muita matéria escura".
No estudo publicado hoje é referido que a "maior parte dos núcleos activos se encontra em galáxias com massas cerca de 20 vezes maiores do que o valor previsto pela teoria da fusão".
"Estes novos resultados abrem-nos uma nova janela sobre como é que os buracos negros de massa extremamente elevada iniciam as suas refeições", adiantou Viola Allevato, autora principal do artigo publicado na revista Astrophysical Journal.
A cientista referiu ainda que "os resultados indicam que os buracos negros são normalmente alimentados por processos gerados no interior da própria galáxia, tais como instabilidades do disco e formação estelar violenta, em oposição a colisões de galáxias".
Outra das autoras do estudo, Marcella Brusa, disse que o estudo "demorou cinco anos, mas conseguiu-se obter "um dos maiores e mais completos catálogos das galáxias activas no céu de raios X".
O estudo foi baseado na observação detalhada de mais de 600 galáxias ativas numa região do céu "extensivamente estudada, o chamado campo COSMOS
Para chegar a estas conclusões Viola Allevato e uma equipa internacional de cientistas observaram detalhadamente mais "de 600 galáxias ativas numa região do céu extensivamente estudada, o chamado campo COSMOS (uma área com cerca de dez vezes o tamanho da Lua Cheia, na constelação do Sextante)"
O campo COSMOS já foi mapeado por uma série de telescópios a diferentes comprimentos de onda.
fonte: DN
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