Mário Ferreira, ontem à saída do Tribunal, escoltado por dois guardas
Mário Ferreira, de 41 anos, entrou em casa do seu vizinho e amigo de longa data Manuel Cheganças, de 53 anos, enquanto aquele via televisão. Esfaqueou-o no peito, estrangulou-o com as mãos e deu-lhe vários pontapés. Depois, deixou-o morto numa poça de sangue.
Ontem, dez meses depois do crime, aquando da leitura do acórdão, Mário, que estava acusado de um crime de homicídio qualificado, foi considerado inimputável. Sofre de esquizofrenia paranóide e é considerado perigoso. Vai agora ser internado numa instituição psiquiátrica por um prazo mínimo de três anos e um máximo de 16. À família da vítima, Mário Ferreira tem de pagar uma indemnização de 96 mil euros. Doze mil são para cada um dos filhos da vítima, pelos danos morais.
O caso remonta a Novembro de 2009, na localidade da Lomba, em Vagos. Na altura, os familiares que encontraram Manuel Cheganças morto em casa pensaram que aquele tinha caído. O caso foi dado como morte natural, e só na funerário é que se percebeu que havia sinais de intervenção de terceiros. A autópsia confirmou a facada e o estrangulamento, e a PJ, dias depois, prendeu Mário Ferreira. Logo na altura, o arguido disse ser representante de uma divindade na terra e que tinha de matar o amigo para poder continuar a reinar. As alucinações de Mário mantiveram-se durante o julgamento: "Foi o Diabo que me fez agir assim", garantiu na única audiência, antes da leitura do acórdão.
Ontem, ouviu calmamente a decisão do juiz. "Existe possibilidade de, no futuro, praticar actos semelhantes àqueles pelos quais está acusado", concluiu o magistrado, dando como provado que se não for sujeito a tratamento médico o arguido pode voltar a matar.
Nos últimos meses, foram várias as cartas que Mário Ferreira fez chegar ao Tribunal de Vagos. Garantia, por exemplo, que tinha contacto com extraterrestres e que aqueles iriam explodir com o tribunal no dia do julgamento. Noutra carta exigia dez milhões de euros que queria que fossem depositados numa conta do Banif. Dizia ainda que o mundo precisava que ele alcatroasse estradas.
fonte: Correio da Manhã
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