The Beatles: George Harrison, Paul McCartney, John Lennon e Ringo Starr
Paul McCartney junta-se à lista de vítimas de escutas telefónicas dos tablóides do império Murdoch e vai contactar Scotland Yard
O músico britânico e ex-membro dos míticos Beatles Paul McCartney está convencido que também foi alvo de escutas telefónicas pelo "News of the World", jornal entretanto encerrado pela família Murdoch.
De acordo com McCartney, os jornalistas do tablóide, um dos vários jornais do império de Rupert Murdoch que estão sob investigação, terão acedido ilegalmente aos seus registos telefónicos através da sua ex-mulher, Heather Mills. A acusação veio ontem directamente do estado norte-americano do Ohio, onde o músico se preparava para um dos concertos da sua digressão pelos Estados Unidos.
O ex-Beatle junta-se assim a uma longa lista de alvos das escutas do "News of the World", que incluem membros da família real britânica, familiares de vítimas dos atentados de Julho de 2005 em Londres e outras celebridades - como o actor Hugh Grant, que já disse pensar que o primeiro-ministro, David Cameron, terá tido conhecimento das escutas durante os anos em que estas foram levadas o cabo.
O chefe do executivo e muitos outros políticos britânicos, de conservadores a liberais, estão manchados pelo escândalo, que parece ter sido um tiro certeiro no coração do império Murdoch, a News International. O magnata e o seu filho, James, já negaram conhecimento da prática nos seus jornais, com o caso a estender-se aos órgãos de comunicação do império na Austrália e nos Estados Unidos.
O caso ganhou proporções ainda mais polémicas quando o "The Guardian" avançou, em Junho, que o tablóide "News of the World" não só terá acedido ao telefone de uma adolescente desaparecida em 2002 como terá apagado mensagens do seu telemóvel, que deram à família e aos polícias a cargo do caso a impressão de que Millie Dowler ainda estaria viva, quando esta já tinha sido assassinada pelo serial-killer Levi Bellfield.
O início desta polémica recua a 2003, ano em que as primeiras suspeitas de escutas começaram a surgir, forçando o então director do "News of the World", Andy Coulson, a apresentar a demissão. Mais tarde viria a tornar-se director de comunicações de David Cameron, cargo do qual também se demitiu no início deste ano quando as escutas voltaram a fazer manchetes nos media.
Os parlamentares pretendem entretanto ouvir o apresentador de televisão Piers Morgan, que actualmente trabalha nos EUA mas que à data de algumas das escutas era editor-chefe do tablóide "Mirror", do grupo Trinity Mirror. Nesse cargo, Morgan terá escutado as mensagens de Paul McCartney a que o "News of the World" teve acesso. Contudo, o comité parlamentar a cargo dos inquéritos fez saber ontem que não vai exigir o regresso de Morgan formalmente.
Entretanto, o comediante que atacou Rupert Murdoch quando este chegava ao parlamento para prestar declarações foi condenado a seis semanas de prisão. Jonathan May-Bowles declarou-se culpado de ter atirado uma tarte ao magnata de 80 anos. Mesmo assim vai pedir recurso da sentença. J. A. V.
fonte: Jornal i
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