quarta-feira, 25 de maio de 2011

Investigadores da Universidade de Aveiro descobrem nova espécie de planta em Timor


As populações locais utilizam a planta para fins medicinais 

Uma equipa da Universidade de Aveiro descobriu em Timor uma nova espécie de planta, uma trepadeira, foi anunciado ontem. O estudo foi publicado a 8 de Abril na revista científica do herbário nacional holandês “Blumea”.

A Argyreia paivae - designação escolhida para homenagear Jorge Paiva, botânico, investigador e professor – é uma espécie da família Convolvulaceae, com flores brancas, que utiliza outras plantas para trepar e procurar a luz de que precisa, explicou ao PÚBLICO Paulo Silveira, orientador do mestrado da bióloga Ana Rita Simões, autora da descoberta.

Em Timor, a espécie que cresce em arbustos, é conhecida por Mau halé. “Esta planta é utilizada pelas populações locais para tratar a gonorreia”, acrescentou o responsável.

A espécie foi encontrada durante um trabalho de levantamento da flora de Timor, através do estudo de espécimes no herbário de Leiden, Holanda. A trepadeira, que também tem um espécime num herbário em Lisboa, “estava identificada como outra espécie. Mas quando começámos a estudá-la com maior detalhe apercebemo-nos que tinha uma morfologia que não encaixava nas espécies descritas”, acrescentou Paulo Silveira.

Os investigadores acreditam que a trepadeira pode existir em outros locais de Timor. Mas para conhecer melhor a espécie e a sua distribuição é preciso conseguir financiamento para uma viagem de prospecção às áreas que pareçam mais adequadas à ocorrência da planta, referiu.

Em 2008, a mesma equipa já tinha publicado a descoberta de outras quatro novas espécies, desta vez da família Orchidaceae (orquídeas).

De acordo com a Universidade de Aveiro, os “biólogos pretendem continuar os estudos dedicados à flora de Timor” que “permitam auxiliar este novo país a construir um futuro de progresso sustentado na valorização e conservação dos seus recursos naturais”.

“Gostávamos de ajudar Timor a não cometer os mesmos erros que cometemos cá, a nível de gestão da floresta e do território”, acrescentou Paulo Silveira. O investigador lembrou as consequências da perda da biodiversidade para a agricultura, qualidade da água e turismo.

fonte: Público

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