sábado, 28 de maio de 2011

Enterramento neolítico encontrado em Barcelona


Enterramento neolítico encontrado no bairro Raval, em Barcelona

Restos arqueológicos apareceram durante obras de alargamento de parque de estacionamento

Restos de um enterramento neolítico apareceram durante obras de alargamento do Parque de Estacionamento da Praça de la Gardunya, em Barcelona. Ferran Puig, do Museu de História de Barcelona (MUHBA) explicou que foi encontrado o que se pensa ser o esqueleto de uma mulher enterrada em posição fetal, acompanhada por objectos de adorno pessoal feitos de pedra e osso.

Esta forma de enterramento era habitual durante o período neolítico antigo e médio. A mulher tinha uma pulseira de contas de variscita (mineral semiprecioso), um colar de pequenas contas de esteatite e um pingente que é um dente de javali.

Os materiais de que são feitos esses objectos procedem de zonas muito distantes como as minas de Gavà e zonas vulcânicas dos Pirenéus. Este facto pode ajudar a definir a população como semi-nómada e recolectora, embora nesta altura já praticasse uma agricultura incipiente.

A actual praça da Gardunya era naquela época uma planície fértil onde se colhia cevada e trigo de forma primitiva. Junto à zona do Sant Paul de Camp e da Rambla – no bairro Raval – registaram-se ao longo dos últimos 20 anos diferentes níveis arqueológicos.

Os achados vão ser agora transportados para o Centro de Conservação do MUHBA onde serão estudados e preservados. Ferran Puig afirmou já que os ossos encontram-se em muito mau estado devido à acidez do solo. Não será possível conservar muitos deles, apesar de serem úteis para a datação por carbono 14.

Da modernidade à Pré-história

As escavações que têm sido realizadas na zona do Raval têm permitido conhecer melhor as ocupações humanas daquele local. Existem sítios da época moderna, medieval, romana e pré-histórica.

As investigações demonstram também que existe uma “franja neolítica” que pode conter muitas surpresas arqueológicas entre a Plaça del Pí e a Ronda de Sant Pau, onde muito provavelmente viveu gente no período neolítico.

O enterramento encontra-se perto dos do antigo convento de Jerusalém, debaixo do qual foram achados restos urbanos da idade moderna, níveis de romano e também pré-históricos.

O achado mais recente vem completar o registo arqueológico da zona que o MUHBA estuda há quase três anos. Começa-se, assim, a formar uma visão ampla que poderá vir explicar os rituais funerários, os costumes e a estética daquelas populações.


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