sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O cometa do fim do mundo pode já nem estar inteiro


O último desenvolvimento na saga Elenin ainda está por confirmar. É suposto rasar a Terra em Outubro

Como não alinhamos com as teorias do fim do mundo que pululam na internet, esclareça-se em primeiro lugar o conceito de rasar a Terra: às 19h50 de 16 de Outubro, o cometa Elenin deverá passar a 34,5 milhões de quilómetros de nós, um quarto da distância entre o planeta e o Sol e 89 vezes a distância até à Lua. A aproximação - e sobretudo o posicionamento deste cometa entre a Terra e o Sol, previsto para os últimos dias do mês - têm servido nas últimas semanas para alimentar os mais diversos desfechos apocalípticos: do sismo maciço a três dias de trevas, de 25 a 28 de Setembro, incluindo a profecia recorrente de uma colisão. Em comunicado, a NASA já esclareceu que tudo não passa de especulações incorrectas. 

"Quaisquer alinhamentos do cometa com outros corpos celestes são irrelevantes e o cometa não vai encontrar nenhum corpo que possa perturbar a sua órbita ou influenciar-nos, seja como for, aqui na Terra", disse o cientista do Jet Propulsion Laboratory Don Yeomans. "O cometa não só vai estar longe, como faz parte da fileira dos cometas de pequenas dimensões (3 a 5 quilómetros de diâmetro). Por isso, o que temos é qualquer coisa do tamanho de uma bola de gelo que vai passar a 35 milhões de quilómetros. Em termos comparativos, o meu carro tem uma maior influência nas marés do que o cometa Elenin alguma vez terá."

Posto isto, a saga Elenin - iniciada pelo astrónomo russo Leonid Elenin que o descobriu em Dezembro do ano passado - sofreu esta semana novos desenvolvimentos. A NASA ainda não fez nenhum comunicado oficial mas nos sites da especialidade, como por exemplo o "Sky & Telescope", a ideia de poder observar o novo cometa já no final do mês - que de facto estava a entusiasmar os cientistas - parece agora tão irrealista com os piores vaticínios. O site cita o astrónomo australiano Michael Mattiazzo, que em observações a partir da Terra diz que o brilho do cometa diminuiu 50% e que as imagens do núcleo - alongado e difuso - sugerem que o bloco de gelo que tanto tem assustado os internautas se desintegrou, ou pelo menos já não tem o tamanho que tinha. Duvida-se até que o que reste do Elenin sobreviva no cosmos até ao final do mês e venha a ser visível. Muito longe portanto de fazer as delícias, ou o terror, de quem assistiu à passagem do brilhante Hale-Bopp em 1997.

fonte: Jornal i

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