O laser Teramobile pode influenciar a condensação de água na atmosfera através de partículas de ácido nítrico
Controlo da chuva através de um laser pode não estar longe, é o que sugere um estudo realizado por cientistas da Universidade de Genebra.
A chuva, fenómeno meteorológico essencial à vida humana, pode vir a ser controlada, no futuro, por um laser que afeta a condensação de água e os níveis de humidade na atmosfera.
O estudo, publicado no jornal científico "Nature Communications" , foi realizado por um grupo de cientistas da Universidade de Genebra , na Suíça, e baseou-se na observação dos resultados de 133 horas de emissão de raios pelo laser Teramobile .
Segundo o relatório do estudo, o laser criou partículas de ácido nítrico, na atmosfera, que funcionaram como uma "cola", unindo as moléculas de água e impedindo que estas evaporassem, dando origem à formação de pequenas gotas com a dimensão de milésimos de milímetro.
O laser, aproximadamente do tamanho de uma garagem, pode vir a controlar o local e a hora a que ocorre precipitação.
As experiências com o laser Teramobile, realizadas em diferentes condições atmosféricas, temperaturas e níveis de humidade, acabaram por demonstrar que os raios conseguem induzir a condensação de água e acelerar a formação de minúsculas gotas, desde que a humidade relativa da atmosfera esteja acima dos 70%.
Para provocar a queda efetiva de chuva, as gotas geradas pelo laser, demasiado pequenas e leves, deverão ser entre 10 a 100 vezes maiores, atingindo um peso que as faça cair. Com alguns melhoramentos, os cientistas responsáveis pela investigação acreditam que o laser conseguirá criar estas condições.
Do mesmo modo, para evitar a queda de chuva, será possível que, no futuro, o laser consiga dispersar as moléculas de água em gotas que, de tão minúsculas e mais leves, não atinjam peso suficiente para cair. "Esta seria uma forma de evitar chuvas torrenciais e inundações em algumas regiões do globo", refere Jérôme Kasparian, um dos cientistas da investigação, ao jornal "The Guardian".
Outras tentativas de controlo da meteorologia
Nas várias experiências levadas a cabo nos últimos 70 anos, que procuraram encontrar formas de controlar a precipitação, a abordagem mais comum consistiu na emissão de partículas de gelo seco, iodeto de prata ou sais para a atmosfera.
Segundo Kasparian, a eficiência destas técnicas é discutível, uma vez que a libertação de químicos para a atmosfera, quando esta já é rica em tantos elementos, torna difícil avaliar até que ponto a chuva foi influenciada ou se teria chovido de qualquer forma, mesmo sem intervenção humana.
Em 2008, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Pequim, cientistas chineses puseram em prática uma técnica chamada cloud seeding, que consiste na introdução de iodeto de prata em nuvens já existentes, com o objetivo de manter as chuvas apenas na região costeira do país.
fonte: Expresso
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