sábado, 3 de setembro de 2011

Eva Perón "ficou com tesouros nazis roubados aos judeus"


Eva Perón, ex-primeira dama da Argentina e um ícone para os seus compatriotas, terá ajudado nazis a esconderem-se naquele país e terá ficado com tesouros que o regime de Adolf Hitler tirou às famílias judaicas ricas que foram mortas nos campos de concentração.

Esta história é contada pelo livro "Guia Politicamente Incorrecto da América Latina", uma obra polémica dos jornalistas Leandro Narloch e Duda Teixeira, que pretende discutir assuntos 'apagados' dos livros de História e desconstruir mitos políticos daquela região, relembrando alguns episódios controversos sobre líderes de esquerda, como Salvador Allende, Simón Bolivar ou Che Guevara.

A segunda esposa do Presidente Juan Perón continua a ser uma heroína para os argentinos quase 60 anos depois de ter falecido devido a um cancro. "Foram construídos hospitais, escolas e orfanatos em áreas pobres através de uma fundação que ela criou e ela foi crucial para a popularidade do seu marido", lembra o Daily Telegraph.

Mas a imagem imaculada de Eva está manchada pelo facto de ter ajudado dirigentes nazis a refugiarem-se na Argentina, incluindo Adolf Eichmann e Josef Mengele. "Suspeita-se ainda que entre os seus bens havia peças do tesouro nazi, angariado a partir de famílias judaicas mortas em campos de concentração. O próprio Perón falou dos bens de origem alemã e japonesa dos quais o governo argentino se apropriou", escrevem os autores do livro.

Sobre Simón Bolivar, herói da libertação da América Latina em relação ao domínio de Espanha e que actualmente é usado como figura de inspiração pelo governo venezuelano de Hugo Chávez, os dois jornalistas dizem que "o seu maior medo era que negros, índios e os mestiços tomassem o poder e instalassem um governo".

Quanto a Allende, o líder marxista chileno que se matou antes de ser capturado no golpe de estado realizado pelo general Augusto Pinochet (um ditador sanguinário de direita), os autores acusam-no de ludibriar a imprensa, pois tinha começado "um projecto de doutrinação socialista nas escolas e por pouco não adoptou uma lei de esterilização, inspirada numa lei nazi", para reduzir a prevalência de doenças genéticas.

Che Guevara também não escapou: "Ele matou, torturou e perseguiu centenas por não estarem de acordo com as suas ideias, não devia ser símbolo de liberdade", afirmou Narloch citado pelo Diário de Cuiabá.

O livro agradou a alguns historiadores por estimular o debate sobre assuntos quase tabu, mas outros mostraram-se fortemente críticos em relação à falta de contexto histórico da obra.

fonte: DN

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