A jornalista espanhola Cristina Martín Jiménez investiga o clube há 10 anos e conta como Bilderbeg comanda a UE
Investiga Bilderberg há dez anos e acaba de publicar o quarto livro sobre o clube. Em “O Clube Secreto dos Poderosos – os Planos Ocultos de Bilderberg”, que acaba de chegar a Portugal, Cristina Martín Jiménez conta como a organização de elite provocou a actual crise económica e como controla a União Europeia (UE). Numa entrevista via email, a jornalista espanhola garante que Durão Barroso será enviado, em breve, numa “missão” ao serviço dos Bilderberg, numa das instituições que o clube controla. Garante também que Ricardo Salgado e José Sócrates nunca mais serão convidados porque no clube não há amigos. Só “falsos amigos”.
Defende a tese de que a crise foi planeada no clube Bilderberg. Em que se baseia?
Os argumentos são explicados ao longo de todo o livro, em que exponho como eles foram escolhendo os momentos, as pessoas e as mensagens divulgadas através dos meios de comunicação oficiais durante toda a crise. E também conto quem beneficiou com esta crise e como. Perderam as soberanias nacionais europeias a favor da UE, que é controlada por eles. Os ricos são hoje 20% mais ricos que em 2007 e o número de pobres cresceu. Será isto produto do acaso? Não. É produto de engenharia económica e social, que se gera e combina nas reuniões Bilderberg.
Diz que Durão Barroso é um dos mais poderosos Bilderbergs. Continuará a ter o mesmo poder agora que deixou a presidência da UE?
Durão Barroso deixou o cargo de primeiro-ministro em Portugal para ocupar a presidência da Comissão Europeia, o que demonstra que Bruxelas era mais importante para ele que o destacado cargo que tinha no governo português. Abandonou assim os portugueses que tinham votado nele. E os políticos ainda perguntam por que razão não confiamos neles? O clube vai enviá-lo numa nova missão noutra das muitas entidades que controla, como a ONU, a Organização Mundial de Saúde ou do Comércio, o FMI, o Banco Mundial, a Comissão Trilateral ou outro cargo de destaque na UE.
José Sócrates e Ricardo Salgado foram convidados. Agora que estão a braços com problemas judiciais voltarão a participar?
Não vão voltar a ser convidados. O que Bilderberg faz é usar as pessoas para o seu próprio interesse. Estão os dois fora, especialmente Sócrates, porque o percurso de Salgado no clube é mais antigo. O esquema de Bilderberg é actuar por cima, por baixo e por detrás da lei. Agora os seus falsos amigos do clube não os vão ajudar. É o que se chama falsos amigos.
Que obrigações são exigidas aos convidados das reuniões?
No que toca às reuniões, é exigido silêncio. Não se pode falar sobre o que acontece lá dentro com ninguém, e especialmente com a imprensa livre. Se os potenciais convidados superarem o exame do clube, serão apoiados para conseguir atingir a presidência de um país, por exemplo. Ou da NATO, da UE, da ONU, que são organizações-satélite. Por isso, e uma vez lá dentro, há que cumprir as ordens do clã superior, das hierarquias, dos círculos concêntricos. O núcleo duro dita as ordens e as directrizes que chegam, a conta-gotas, aos peões, sem que eles saibam na realidade de onde vêm.
Começou a investigar o clube há dez anos. O que a move?
Sou jornalista de vocação. E creio que essa é a principal razão. Em 2004 ouvi falar de uma reunião anual onde uma série de pessoas decidiam o destino do mundo actual, onde se idealizara a criação da UE e do euro e onde se tomavam decisões à revelia dos parlamentos democráticos. Uma associação elitista em que se escolhiam candidatos presidenciais e outros cargos relevantes, onde se planeavam crises e guerras. O jornalismo que habita em mim fez o resto. Quis saber se era realidade ou mito e descobri que era verdade.
Teve problemas durante a investigação?
Os problemas têm sido uma constante. A minha irmã costuma dizer-me que no dia em que eu escrever a minha biografia será um bestseller. Talvez decida fazê--lo um dia, quando for velha. Uma prova é que o meu terceiro livro desapareceu inexplicavelmente do mercado. Há leitores que o procuraram em toda a parte e não o encontram.
O que responde a quem a acusa de veicular teorias da conspiração?
Eu não fomento teorias da conspiração. Sou licenciada em Ciências da Comunicação, sou jornalista. As teorias da conspiração existem desde o princípio do mundo, sobretudo quando o que está em jogo é o poder e o dinheiro. A única coisa que faço é o meu trabalho: demonstrar, através da metodologia da ciência jornalística, as conspirações do mundo contemporâneo. O facto de os meus livros irritarem e incomodarem quem protagoniza essas conspirações é a razão pela qual se tenta desprestigiar o meu trabalho e a minha pessoa. Isso acontece sempre que a imprensa desvenda a corrupção do poder. O que eles pretendem é uma imprensa submissa e subjugada, por isso tentam comprar--nos. Mas não estamos todos à venda, felizmente. E isso irrita-os. Mas somos muitos jornalistas em todo o mundo, cada um na sua especialidade, a desmontar as teias do poder, e não podem calar-nos a todos. São ídolos com pés de barro.
fonte: i onlne
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