Estudo mostra a relação entre as mordidas de cachorros e a lua cheia
Nossa história começa em Março de 2000, quando o Dr. Simon Chapman e seus colegas da Universidade de Sydney publicaram um artigo em que avaliaram a eficácia de uma intervenção educativa para a prevenção de mordidas de cães em crianças da escola primária. Segundo os investigadores, "o programa visa incutir o comportamento de precaução em torno dos cães, supondo que isso poderia reduzir a incidência de ataques. Um estudo da eficácia da intervenção foi realizado com crianças com idade entre 7-8 anos que puderam, sem supervisão, se aproximar de um cão estranho".
Logo após a publicação deste documento, Chapman recebeu uma nota curta de um fazendeiro local: "Você já repararam que as mordidas de cães são mais comuns na lua cheia?".
A natureza da mente humana, combinada com as ricas tradições folclóricas passadas das gerações anteriores de agricultores, permitiu a persistência destes mitos. Chapman e um colega, Stephen Morrell não tiveram escolha senão responder a carta com no melhor estilo “céptico" dos investigaores: “Devemos realizar testes para entender a relevância desse comentário”, “Talvez o melhor amigo do homem seja mais suscetível aos efeitos de maré da lua do que é o próprio homem”.
Os investigadores estudaram 12 meses de registos de saúde pública, e extraíram os dados sobre mordidas de cães. Eles escolheram um ano (13 de junho de 1997 até de 12 junho de 1998) que repleto de lua cheia e mordidas de cães, de modo que qualquer correlação significativa poderia ser... “farejada”. O ano teve um total de 1671 mordidas de cãe, uma média de 4,58 dentadas por dia. Dias de pico foram identificados contendo mais de dez internações.
O número médio de internações hospitalares por cada dia foi analisado em comparação com a ocorrência de uma lua cheia, dividido pelos dias da semana. Assim, o número médio de mordidas que ocorreram em todas as sextas-feiras de lua cheia foi comparado com o número médio de mordidas de que ocorreram em todas as outras sextas-feiras, por exemplo.
As mordidas ocorreram mais nos fins de semana (média de 5,5 para sábado, 5.6 para domingo), o que faz sentido já que mais pessoas passam mais tempo interagindo com seus animais de estimação no fim de semana. Mas não houve diferença significativa para as sextas-feiras. Sendo assim, não existe nenhuma ligação real entre e a Lua Cheia e os cães ferozes.
fonte: Scientific American Brasil
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