quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sonda russa perdida no espaço volta a dar sinal de vida


Depois de duas semanas de silêncio, a sonda russa Phobos-Grunt - que tinha como destino uma lua de Marte e falhou a trajectória - finalmente deu os primeiros sinais, captados pela estação da Agência Espacial Europeia (ESA) na Austrália.

“Às 20h25 de 22 de Novembro, a estação da ESA em Perth, Austrália, estabeleceu contacto com a sonda russa Phobos-Grunt. Este foi o primeiro sinal recebido na Terra desde que a missão foi lançada a 8 de Novembro”, escreve a agência europeia em comunicado.

A sonda foi lançada acoplada a um foguetão Zenit a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, e alcançou a órbita terrestre, de onde depois deveria seguir uma trajectória em direcção ao planeta vermelho. Mas, por razões ainda desconhecidas, os motores da sonda não foram accionados e a Phobos-Grunt não saiu da órbita da Terra, onde permanece até hoje. 

Todas as tentativas de estabelecer contacto têm falhado, até agora. As equipas da ESA estão a “trabalhar com os engenheiros da Rússia para determinar qual a melhor forma de manter a comunicação com a sonda”, acrescenta o comunicado da agência. 

A sonda “parece ter vida própria, ignorando os comandos a partir da Terra”, disse um especialista espacial russo à agência Itar-tass. “Por incrível que pareça, a sonda está a manter a sua órbita.”

Ontem, o porta-voz da agência federal russa espacial, Vitaly Davydov, admitiu que não há dados que permitam compreender o comportamento da sonda, que não é errático. “Simplesmente não sabemos o que se está a passar lá em cima.” 

Davydov acredita que os fragmentos da sonda poderão cair na Terra algures entre o final de Dezembro e Fevereiro, avança a Itar-tass.

Recolher amostras de solo

A missão da Phobos-Grunt era recolher amostras de solo de Phobos, lua de Marte, e regressar à Terra em 2014. Os cientistas queriam determinar se Phobos é efectivamente uma lua do planeta vermelho ou se se trata de um pequeno asteróide (18 quilómetros de diâmetro) que ficou bloqueado em torno do Planeta Vermelho. Conhecer a origem de Phobos - o maior dos dois satélites marcianos - permitirá compreender os mecanismos da formação do sistema solar, indicou o cosmódromo de Baikonur.

Esta missão também era importante na medida em que a sonda transportava o primeiro satélite marciano chinês, o Yinghuo-1, que deveria ser colocado na órbita de Marte.

A sonda Phobos-Grunt foi a primeira tentativa da Rússia de proceder a uma missão de exploração interplanetária desde o falhanço de Novembro de 1996 aquando do lançamento da sonda Mars 96, que caiu no Oceano Pacífico. O último sucesso de uma missão interplanetária para Moscovo data da época da URSS, com o envio das sondas Vega que exploraram Vénus e o cometa Halley.

fonte: Público

Sem comentários:

Enviar um comentário