O exoplaneta Gliese 581g – no primeiro plano desta imagem artística, com três outros que compõem o sistema – foi considerado o mais parecido com a Terra, numa lista dos planetas mais propensos a abrigar vida extraterrestre. (Foto: Lynette Cook/ Nasa)
Entretanto, segundo o estudo da Universidade de Washington, é a lua Titã, que orbita ao redor de Saturno (na foto, em frente ao planeta dos aneis) que mais reúne condições químicas, atmosféricas e de temperatura para organismos vivos. (Foto: Nasa/ JPL/ STSI)
A lua de Saturno Titã e o exoplaneta Gliese 581g estão entre os planetas e luas mais propensos à existência de vida extraterrestre, segundo um artigo científico publicado por investigadores americanos.
O estudo da Universidade de Washington criou um ranking que ordena os planetas e satélites segundo a sua semelhança com a Terra e de acordo com condições para abrigar outras formas de vida.
Esta imagem artística imagina a superfície de Titã, com o “crepúsculo” de Saturno ao fundo e as sondas Huygens e Cassini, da Nasa, na sua atmosfera, composta principalmente de nitrogénio e metano. (Foto: Craig Attebery/ JPL)
Depois de Titã, Marte foi o planeta que ficou mais perto da Terra no sentido de reunir as condições favoráveis à vida. Esta imagem foi capturada pela sonda Endeavour, que percorreu mais de 20 quilómetros entre as crateras Victoria e Endeavour, no Planeta Vermelho. (Foto: Nasa)
Esta imagem de Júpiter feita pela sonda Cassini mostra Europa, a lua que orbita o maior planeta do sistema Solar. Os cientistas acreditam que Europa contenha um oceano aquático subterrâneo aquecido por interações gravitacionais. (Foto: Nasa)
Este recorte transversal mostra a semelhança de Europa com a Terra: acredita-se que esta lua também tenha um centro ferroso, uma camada de rochas e um oceano de água salgada na superfície. Entretanto, devido à sua distância do sol, o oceano é congelado. (Foto: JPL)
Impressão artística mostrando o oceano de gelo de Europa, possivelmente com o escape de calor vulcânico. O calor interno da lua se deve a interações com Júpiter, que aparece no fundo. (Foto: JPL)
Esta imagem artística ilustra o que seriam os céus de um planeta alienígena com um cinturão de asteróides 25 vezes maior que o do Sistema Solar. As evidências sobre tal cinturão foram captadas pelo telescópio espacial Spitzer na estrela HD 69830, que também tem semelhanças com a Terra. (Foto: Nasa)
Imagem da lua Encéladus, que ficou no 10º lugar na lista dos ‘habitáveis’, feita pela sonda Cassini. (Foto: Nasa)
O estudo contribuirá para iniciativas que, nos últimos tempos, têm reforçado a procura por vida extraterrestre, como os telescópios Allen, que descobriram Gliese 581c. (Foto: BBC)
No futuro, os cientistas creem que os telescópios sejam capazes de indicadores de vida, como presença de clorofila, na luz emitida por planetas distantes, a fim de descobrir se estamos ou não sós. (Foto: Estação Espacial Internacional/ Divulgação)
Segundo os resultados publicados na revista académica Astrobiology, a maior semelhança com a Terra foi demonstrada por Gliese 581g, um exoplaneta – ou seja, localizado fora do Sistema Solar – de cuja existência muitos astrónomos duvidam.
Em seguida, no mesmo critério, veio Gliese 581d, que é parte do mesmo sistema. O sistema Gliese 581 é formado por quatro – e possivelmente cinco – planetas orbitando a mesma estrela anã a mais de 20 anos-luz da Terra, na constelação de Libra.
Condições favoráveis
Um dos autores do estudo, Dirk Schulze-Makuch, explicou que os rankings foram elaborados com base em dois indicadores.
O Índice de Similaridade com a Terra (ESI, na sigla em inglês) ordenou os planetas e luas de acordo com a sua similaridade com o nosso planeta, levando em conta factores como o tamanho, a densidade e a distância de sua estrela-mãe.
Já o Índice de "Habitabilidade" Planetária (PHI, sigla também em inglês) analisou factores como a existência de uma superfície rochosa ou congelada, ou de uma atmosfera ou um campo magnético.
Também foi avaliada a energia à disposição de organismos, seja através da luz de uma estrela-mãe ou de um processo chamado de aceleração de maré, no qual um planeta ou lua é aquecido internamente ao interagir gravitacionalmente com um satélite.
Por fim, o PHI leva em consideração a química dos planetas, como a presença ou ausência de elementos orgânicos, e se solventes líquidos estão disponíveis para reações químicas.
'Habitáveis'
No critério de habitabilidade, a lua Titã, que orbita ao redor de Saturno, ficou em primeiro lugar, seguida de Marte e da lua Europa, que orbita Júpiter.
Os cientistas acreditam que Europa contenha um oceano aquático subterrâneo aquecido por aceleração de maré.
O estudo contribuirá para iniciativas que, nos últimos tempos, têm reforçado a busca por vida extraterrestre.
Desde que foi lançado em órbita em 2009, o telescópio espacial Kepler, da Nasa, a agência espacial americana, já encontrou mais de mil planetas com potencial para abrigar formas de vida.
No futuro, os cientistas creem que os telescópios sejam capazes de identificar os chamados "bioindicadores" – indicadores da vida, como presença de clorofila, pigmento presente nas plantas – na luz emitida por planetas distantes.
Índice de Similaridade (Terra = 1)
Gliese 581g – 0,89
Gliese 581d – 0,74
Gliese 581c – 0,70
Marte – 0,70
Mercúrio – 0,60
HD 69830d – 0,60
55 Cnc c – 0,56
Lua – 0,56
Gliese 581e – 0,53
Índice de Habitabilidade (Terra = 1)
Índice de Habitabilidade (Terra = 1)
Titã – 0,64
Marte – 0,59
Europa – 0,49
Gliese 581g – 0,45
Gliese 581d – 0,43
Gliese 581c – 0,41
Júpiter – 0,37
Saturno – 0,37
Vênus – 0,37
Enceladus – 0,35
Fonte: Astrobiology
fonte: BBC Brasil
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