sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cinto da Virgem Maria venerado por milhares de ortodoxos em Moscovo


Mais de meio milhão de pessoas já passaram pela Catedral de Cristo Redentor, na capital russa, a fim de venerar o Cinto da Virgem Maria, uma das mais importantes relíquias da Igreja Ortodoxa.

A afluência de crentes é tão grande que as portas do templo estão abertas de dia e de noite. A relíquia vai ficar em Moscovo mais dias do que o previsto, até 28 de Novembro, o que obrigou a Igreja Ortodoxa a simplificar a veneração.

O Cinto de Nossa Senhora foi, segundo a crença ortodoxa, feito por Maria com pêlo de camelo e é-lhe atribuído o poder de estimular a fertilidade e curar diferentes doenças.

Esta relíquia, uma das mais veneradas pelos cristãos ortodoxos, foi trazida para Moscovo, a 19 de Novembro, do Mosteiro de Vatopedi, no monte de Athos na Grécia, onde se encontra guardada.

A relíquia encontra-se numa arca de prata e ouro e, inicialmente, era permitido aos peregrinos beijá-la ou tocá-la com a mão. Porém, devido à enorme afluência, superior a mais de 80 mil por dia, a direcção da Igreja Ortodoxa decidiu colocar a relíquia em cima de um arco de madeira, por baixo do qual passam três pessoas ao mesmo tempo, mas sem poderem parar.

As filas para entrar no templo estendem-se por quilómetros, obrigando os peregrinos a esperar mais de dez horas na rua, numa altura em que o mercúrio dos termómetros se encontra abaixo de zero.

A polícia, a segurança civil e voluntários ortodoxos montaram uma operação de apoio aos peregrinos fornecendo refeições e cuidados médicos.

Este acontecimento religioso está a ser ensombrado por uma polémica que se prende com a desigualdade no acesso dos ortodoxos ao templo. Alguns crentes não precisam de estar nas longas filas, pois receberam um convite que lhes permite entrar por uma porta aberta para o efeito.

Quando a situação foi denunciada na Internet, a Igreja Ortodoxa veio desmentir a existência dos convites especiais, sublinhando que só não entram na fila os padres e elementos do coro que participam no serviço religioso permanente.

Porém, Ksénia Sovctchak, conhecida figura do jet-7 russo e filha do antigo presidente da Câmara de São Petersburgo, publicou o convite na Internet e acompanhou-o com o comentário: «E onde está o mandamento 'não mentir'? Isto está para além do bem e do mal e a Igreja ainda nega!».

Confrontada com a onda de protestos, a Igreja Ortodoxa Russa viu-se obrigada a dar uma justificação através de um porta-voz.

«Nós viemos venerar as relíquias para ficarmos mais puros. Não devemos condenar ninguém. Isso não abre perspectivas. Se uma pessoa entra sem fila,«por cunha', talvez seja a sua única experiência de oração», declarou o sacerdote Vladimir Viguilianski, citado pela agência Ria-Novosti.

O Cinto de Nossa Senhora já passou por várias cidades russas, onde foi venerado por mais de dois milhões de crentes.

fonte: Sol

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