Cinquenta cientistas de todo o mundo reúnem-se, esta quinta e sexta-feira, numa zona campestre a nordeste de Londres, para um debate sobre a nova definição do tempo, que poderá acabar com a referência do Tempo do Meridiano de Greenwich.
O Tempo do Meridiano de Greenwich (TMG) tornou-se como a referência mundial em 1884, após uma conferência em Washington. A nova definição, a decidir pelos cinquenta cientistas, propõe superar o tempo solar, que tem por base o movimento de rotação da Terra e é medido por astrónomos há mais de dois séculos, a partir do meridiano de Greenwich.
Contudo, há mais de 40 anos que o mundo não é regido pelo TMG. Em 1972, uma conferência mundial adoptou o Tempo Universal Coordenado (UTC, em inglês) calculado através de relógios "atómicos", nos quais o segundo é definido pelo ritmo de oscilação de um átomo de césio.
O tempo atómico, mais preciso que o TMG, difere em algumas fracções de segundo do tempo da rotação da Terra. Actualmente, para uma melhor coordenação com a rotação terrestre, é acrescentado, quase todos os anos, "um segundo intercalar". A conferência desta semana pretende suprimir esse segundo, abandonando a correlação com a hora TMG.
Os especialistas consideram que esta mudança de tempo é indispensável ao funcionamento das redes, tantos das telecomunicações como de navegação por satélite, como o GPS americano, o Glonass russo, o Galileu europeu e o chinês BeiDou, uma vez que se tratam de redes que necessitam de uma sincronização ao nível do nanosegundo.
Em Janeiro, uma recomendação a propor a supressão do segundo intercalar vai ser submetida a votação pela União Internacional das Telecomunicações, em Genebra. Caso seja adoptada, o tempo atómico será incorporado, de forma progressiva, no tempo solar, à razão de um minuto ao longo de 60 a 90 anos, e de uma hora em 600 anos.
fonte: JN
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